Dados do Trabalho


TÍTULO

CONDUTA NO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO POR PERFURAÇÃO DE PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO EM PACIENTE ADULTO

INTRODUÇÃO

O trauma cranioencefálico (TCE) representa de 15% a 20% das mortes em pessoas entre 5 e 35 anos e 1% das mortes em adultos. Tem maior incidência em menores de 10 anos (20,3%), seguida por pessoas com 20 a 29 anos (16,9%) e com 30 a 39 anos (16,1%). Possui taxa de mortalidade em pacientes internados de 10,2%.
As vítimas de TCE que não evoluem ao óbito podem apresentar deficiências físicas, emocionais e cognitivas, representando importantes gastos reabilitacionais e dificuldade de reintrodução psicossocial e familiar.
Este relato procura abordar a conduta no TCE.

RELATO DE CASO

Homem, 40 anos, vítima de TCE, chega com Glasgow 13. Na inspeção, foi encontrada fratura exposta na cabeça com hemorragia controlada. A TC mostrou fratura na região temporal esquerda da calota craniana com estilhaços metálicos do PAF e hematoma subdural agudo (HSDA) frontotemporoparietal à esquerda com desvio de linha média de 1 cm à direita.
Após procedimento de craniectomia descompressiva, paciente foi admitido na enfermaria de Neurocirurgia onde evoluiu estável, sob uso de antibioticoterapia. Recebeu alta no 18 º dia pós-operatório. Recebeu orientação para uso de anticonvulsivante e ansiolítico com volta ao ambulatório de NCR em 30 dias. Com quadro estável, em 6 meses é feita a cranioplastia para inserção de prótese no local onde foi removida a calota craniana.

DISCUSSÃO

Os TCEs possuem alta letalidade e o conhecimento das diretrizes de atendimento inicial é de fundamental importância. Tais procedimentos não devem ser adiados para realização de exames complementares. Monitorar a Pressão Intracraniana (PIC) é recomendado para um diagnóstico precoce e prevenção de sequelas. A fratura craniana exposta promove um perigoso risco de infecção meníngea, sendo contornado através da antibioticoterapia trans e pós-operatória.
Os hematomas subdurais, mais comuns do que os peridurais, podem causar aumento da PIC e compressão das estruturas com desvio da linha média, tendo a isquemia cerebral como principal fator secundário responsável por pior sobrevida ou aumento da morbidade. Recursos para controle adequado da PIC são de fundamental importância, tendo como sua principal ferramenta a intervenção cirúrgica (remoção de lesão expansiva).
O pós-cirúrgico também é de suma importância para a prevenção de complicações, tendo como seus principais artifícios o uso de anticonvulsivantes e antibióticos.
Exames de neuroimagem são essenciais para o planejamento da conduta e para a abordagem cirúrgica, mesmo com a admitida emergência do quadro. A TC é a modalidade inicial de imagem de escolha, dada a sua velocidade, ampla disponibilidade, alta sensibilidade na detecção da entrada e saída dos projéteis, fraturas, corpos estranhos metálicos, hemorragia e efeito de massa.
A Lesão de certas áreas do encéfalo pode gerar uma gama de sequelas, como a perda da fala, habilidade de interpretação, associação de informações e compreensão de linguagem escrita e falada e constituem um obstáculo na reintrodução social do paciente.

Área

TRAUMA

Instituições

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - Pernambuco - Brasil

Autores

DAGMAR MEDEIROS, MARCO AURELIO ALBERNAZ, Carlos André BRITO BARBOSA, João Victor Carvalho MONTEIRO, Nicoly Castro MACHADO, VITOR HUGO ALVES MARINHO, WELLINGTON CHARLES BARROS BELLO SILVA, VIVYAN VANESSA DE LIRA ISIDRO