Dados do Trabalho


TÍTULO

CONDROSSARCOMA GIGANTE EM APÊNDICE XIFÓIDE: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O condrossarcoma é considerado um sarcoma de partes moles, sendo o tumor maligno primário mais comum da parede torácica. Tem sua localização mais frequente nas costelas e esterno, com poucos relatos na literatura do acometimento do apêndice xifoide. Acomete predominantemente indivíduos entre a quinta e a sétima décadas de vida. O quadro clínico é lento e progressivo, envolvendo principalmente dor e tumefação. As metástases frequentemente estão relacionadas ao grau histológico, sendo que 70% das lesões de grau III tendem a metastatização. A ressecção cirúrgica é o principal método terapêutico, associada à retirada adequada de margem cirúrgica, já que os condrossarcomas não respondem de forma satisfatória a quimioterapia.
Este relato tem como objetivo mostrar a importância do diagnóstico precoce do condrossarcoma associado à melhor escolha terapêutica nesses casos.

RELATO DE CASO

Paciente, 53 anos, sexo masculino, hipertenso, em uso de losartana, hidroclorotiazida e diltiazem, ex-tabagista, um maço/dia, com exposição à fumaça de fogão à lenha, negando cirurgias prévias e demais comorbidades. Procurou ambulatório de cirurgia geral com queixa de massa em região xifoideana. Relata que há 9 anos notou crescimento em região de apêndice xifoide, de lenta progressão, sem sintomas e demais sinais. Ao exame físico, a massa apresentava-se bem delimitada, com aproximadamente 10 cm de tamanho. Solicitado tomografia computadorizada de tórax, na qual evidenciou formação expansiva bem delimitada na borda inferior do esterno/apêndice xifoide, apresentando material com densidade de partes moles e algumas calcificações esparsas em seu interior com efeito compressivo sobre o ventrículo direito. Solicitado exames pré-operatórios, foi realizado esternectomia parcial com colocação de tela de polipropileno e colocação de dreno de tórax com envio do material para análise histopatológica, que posteriormente concluiu laudo de condrossarcoma convencional de baixo grau (grau 1), estadiamento pT2. Paciente evoluiu no pós-operatório com um quadro de hemotórax e síndrome da angústia respiratória aguda (SARA), necessitando de decortificação pulmonar por vídeotoracoscopia e drenagem de derrame pleural hemático, necessitou de ventilação mecânica realizando o desmame após estabilização do quadro. Após alta, continuou acompanhamento ambulatorial para controle de cura.

DISCUSSÃO

Os condrossarcomas de baixo grau possuem bom prognóstico, apresentando 97% de chance de cura. Nesses casos, o diagnóstico precoce auxilia não só o prognóstico da doença como também diminui as chances de complicações pós-operatórias, devido a compressão e a possível aderência do tumor a tecidos adjacentes como o coração. O uso da tela de polipropileno, utilizada no caso, auxilia na adaptação e mobilidade da função pulmonar do paciente, já que nem sempre a reconstrução com suporte rígido está disponível, e a literatura apresenta dados contraditórios do melhor método de reparo nesses casos.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO-UNESC - Espírito Santo - Brasil

Autores

HISRAELA RIBEIRO DOS ANJOS, WAGNER SANTOS DA SILVA, CARLA DASSIE RANGEL, NATHALIA LOSS FRANZIN, JULIANA SILVA DE FIGUEIREDO, LEANDRO JOSÉ KRAUSE BINDA