Dados do Trabalho
TÍTULO
ANEURISMA DE ARTERIA HEPATICA ESQUERDA: UM RELATO DE CASO DE RUPTURA ESPONTANEA
INTRODUÇÃO
Os aneurismas de artérias viscerais são parte de um grupo de doenças vasculares incomuns, porém são uma urgência em cerca de 22% dos casos, com mortalidade de 8% a 21%. E, dentre os aneurismas viscerais, o de artéria hepática esquerda é o mais raro, com clínica inespecífica e apresentação dos sintomas geralmente somente na ruptura.
RELATO DE CASO
Homem, 71 anos, procedente de Marau-RS, hipertenso em tratamento, tabagista, etilista, vem à emergência do Hospital de Clínicas de Passo Fundo-RS, com inapetência e dor abdominal em hipocôndrio esquerdo há 15 dias. Ao exame físico estava em regular estado geral, febril, taquicardico, abdome com abaulamento em hipocôndrio esquerdo, sendo indicada a realização de uma angiotomografia de abdome total, evidenciando um aneurisma de artéria hepática esquerda. O paciente evoluiu com choque hipovolêmico e após a estabilizaçao do quadro foi para a arteriografia de urgência, onde se identificou um aneurisma roto de artéria hepática esquerda e foi realizada embolização. No 4º dia de internação, evoluiu com importante perda de função renal e instabilidade hemodinâmica. No dia seguinte teve uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito.
DISCUSSÃO
O aneurisma de artéria hepática esquerda é o mais raro entre os aneurismas das artérias viscerais, reportado em somente 5% dos casos. Em relação a etiologia, podemos citar a aterosclerose, a degeneração da camada média arterial, a displasia fibromuscular, a poliarterite nodosa e a vasculite. A apresentação clínica geralmente é assintomática até a ruptura, onde os sintomas mais comuns são a tríade de Quincke (dor abdominal, hemobilia e icterícia) e sangramento gastrointestinal. Dessa forma, a maioria dos aneurismas de artéria hepática são achados incidentais nos exames de imagem como a TC de abdome, e, a arteriografia é padrão-ouro no diagnóstico. A ruptura pode levar a choque hemorrágico, com mortalidade entre 20% a 80%. Como opções de tratamento temos a abordagem cirúrgica aberta (ligadura do aneurisma, ressecção/reconstrução) e embolização endovascular, decisão de acordo com a localização anatômica.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Hospital de Clínicas de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Francisco da Silva, Fernanda Marcante Carlotto, Vinícius Renan Lima Dias, Jaber Nashat Saleh, Mateus Picada Corrêa, Juarez Antônio Dal Vesco, Lucas Duda Schmitz, Jorge Roberto Marcante Carlotto