Dados do Trabalho
TÍTULO
RECONSTRUÇAO MAMARIA POS MASTECTOMIA ONCOLOGICA APOS A LEI 12.802: A REALIDADE BRASILEIRA
OBJETIVO
A mastectomia é um procedimento cirúrgico bastante utilizado como forma de tratamento de câncer de mama, sendo a reconstrução mamária um procedimento de grande importância para o seu prognóstico. Devido ao expressivo impacto dessa patologia na saúde pública do país, o objetivo desse trabalho está em analisar as expectativas e realidades do procedimento de reconstrução mamária pós-mastectomia oncológica - garantida pela Lei Federal 12.802 desde 2013 – e a partir de dados do Departamento de Informática do SUS compreender a realidade nacional. Dessa forma, propor intervenções para melhoria e maior acessibilidade das mulheres a esse benefício de grande importância na terapia oncológica - e garantido por Lei.
MÉTODO
Estudo descritivo, transversal, elaborado a partir da coleta de dados de mastectomias e reconstruções mamárias pós-mastectomia oncológica, realizadas entre abril de 2008 e abril de 2013 e entre maio de 2013 e abril de 2018, em cada macrorregião e em âmbito nacional. Os dados foram extraídos do Departamento de Informática do SUS (DataSUS) e a partir deles calculou-se as taxas comparativas de porcentagem por período e por região.
RESULTADOS
De abril de 2008 até o mesmo mês do ano de 2013 no Brasil, 42.608 pacientes fizeram mastectomia oncológica, mas apenas 6.964 (16,34%) conseguiram a plástica mamária reconstrutiva - pós mastectomia com implante de prótese mamária (uni ou bilateral). Já, a partir de maio de 2013 até maio de 2018, 43.380 pessoas fizeram a mesma mastectomia, porém apenas 7.484 (17,25%) delas realizaram a reconstrução mamária nesse período - ou seja, um aumento relativo de 5,57% nas reconstruções de mama, comparadas ao total de mastectomias realizadas. Além disso, é perceptível a diferença entre as 5 macrorregiões brasileiras em relação ao alcance da reconstrução mamária pós mastectomia oncológica, sendo nos últimos 5 anos: Norte: 7%; Nordeste: 5,7%; Centro-oeste: 17,2%; Sudeste: 22,2%; Sul: 20,5%.
CONCLUSÕES
Portanto, por meio de dados extraídos do DataSUS, ao se comparar o período de 2008 a 2013 com os 5 anos posteriores à sanção da Lei Federal 12.802 de abril de 2013, observa-se o aumento relativo de apenas 5,57% nas reconstruções mamárias quando comparadas ao total de mastectomias realizadas. Nesse contexto, a necessidade de assegurar o acesso aos direitos obtidos com a lei de reconstrução mamária e, em contrapartida, a escassez de recursos (médicos com especialização exigida, equipamentos, salas de cirurgia, dentre outros) ainda são discutidos. Em suma, nota-se a dificuldade do sistema público em suprir as demandas desse procedimento e em garantir a universalidade de seus serviços (grande desigualdade entre as diferentes regiões socioeconômicas). Portanto, medidas eficazes, tais como: informar a população utilizando mídias sociais, campanhas publicitárias e propagandas; maior valorização de profissionais aptos; expansão na capacitação de médicos e mais recursos destinados à área da saúde, são fundamentais para que o benefício da Lei seja assegurado.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade Federal do Tocantins - Tocantins - Brasil
Autores
Eduardo Rodrigues Bezerra, Alder Vieira Santana, Nicole Pimentel Ferreira, Fernanda Vieira Nascimento Gomes, Bruna Soares de Sousa, Lucas Ataídes Amorim França, Ludmila Lobo de Sousa, Ana Karyna Felix Lopes