Dados do Trabalho
TÍTULO
RE-HEPATECTOMIA DIREITA POR VIA ROBOTICA
INTRODUÇÃO
A re-hepatectomia é frequentemente necessária para tumores primários e metastáticos. No entanto, esse procedimento pode ser tecnicamente exigente, de modo que a re-hepatectomia por laparoscópica tem sido usada em poucos pacientes. As aderências pós-operatórias podem aumentar o tempo operatório, as complicações e a possibilidade de conversão, especialmente em pacientes com cirurgia aberta prévia. Estudos multicêntricos mostraram que ressecções hepáticas repetidas laparoscópicas podem ser realizadas com segurança, especialmente em pacientes com ressecções laparoscópicas anteriores. Não existem relatos deste procedimento por via robótica.
DESCRIÇÃO DO VÍDEO
O objetivo deste vídeo é apresentar uma re-hepatectomia robótica para metástases colorretais após múltiplas cirurgias abertas prévias. Trata-se de paciente masculino, 64 anos de idade, que foi submetido à colectomia esquerda aberta. Houve complicação por fístula anastomótica e ele foi reoperado e submetido à colostomia, revertida 3 meses após. Um ano depois, ele foi submetido à metastasectomia aberta. Recentemente, ele apresentou recorrências no fígado direito e hepatectomia direita foi indicada. Acesso robótico foi proposto. Esta abordagem utilizou 5 trocartes. A operação começou com liberação de aderências. O próximo passo foi dissecar e seccionar a artéria hepática direita e a veia porta direita. Um túnel retro-hepático foi criado ao lado direito da veia cava inferior para uma manobra modificada de suspensão do fígado. O fígado foi puxado para cima e a transecção hepática foi realizada em direção à veia hepática direita. O fígado foi seccionado com pinça bipolar sob irrigação salina contínua. O ducto hepático direito foi encontrado dentro do fígado e dividido. Finalmente, a veia hepática direita foi dividida dentro do parênquima hepático por meio de um grampeador vascular e a hepatectomia direita robótica foi concluída. O tempo operatório para o docking do robô foi de 10 minutos, a liberação de aderências levou 90 minutos, enquanto a hepatectomia direita robótica foi concluída em 240 minutos. Manobra de Pringle não foi usada. Perda de sangue foi estimada em 150 mL sem necessidade de transfusão. A recuperação transcorreu sem intercorrências e o paciente recebeu alta no quinto dia de pós-operatório.
CONCLUSÃO
A re-hepatectomia robótica é factível e segura em mãos experientes e pode ter algumas vantagens sobre ressecções hepáticas repetidas laparoscópicas e abertas.
Área
FÍGADO
Instituições
Hospital Nove de Julho - São Paulo - Brasil
Autores
Marcel Autran Machado, Rodrigo Surjan, Fabio Makdissi, Izabella Braz Martins da Silva