Dados do Trabalho
TÍTULO
MULHERES CIRURGIAS
OBJETIVO
As mulheres estão envolvidas com a cirurgia desde sempre. Na Mesopotâmia, achados arqueológicos de instrumentos cirúrgicos na tumba de Shubad/Puabi, evidenciaram que as mulheres praticavam cirurgia. Nos papiros egípcios vimos que Sekhmet foi a primeira ortopedista de que se tem conhecimento. Plínio, o velho, refere-se a mulheres praticando medicina no século I a.e.c. Galeno no século II menciona em especial Metrodora, autora de um tratado de ginecologia. A partir do século XIII surgiram as dificuldades. Em 1322, três mulheres foram julgadas e condenadas por exercício ilegal, por não terem certificação. A idade média foi uma catástrofe especificamente para as mulheres que queriam ter algum conhecimento cirúrgico. Trótula di Rudgieri foi a mais proeminente aluna da Escola Médica de Salerno, que foi fechada por Napoleão em 1811. Deixou escrito um compêndio sobre enfermidades ginecológicas e seus tratamentos. A atração pela cirurgia, sempre existiu. O caso mais notório é o de Miranda Stewart. Sob o nome de James Barry, durante 40 anos, foi o principal oficial médico-cirurgião da Armada Britânica, mostrando “grande habilidade cirúrgica, maneiras agressivas e pontaria perfeita”. Só se descobriu que era mulher após a sua morte.
MÉTODO
Chantagens, assédios, e ridicularizações fizeram parte da evolução das mulheres, particularmente na Cirurgia. Embora atualmente os preconceitos tenham mudado sua apresentação, visto que, qualquer atitude hoje em dia pode ser classificada como assédio moral, eles ainda existem. Parece desconcertante que em pleno século XXI, no terceiro milênio, essas questões ainda são discutidas: “mulher pode ou não pode ser cirurgiã de verdade”. A ciência já avançou muito, mas poucas mulheres optam pela cirurgia. Estatísticas mostram que menos de 1/3 dos cirurgiões são mulheres. A Demografia Médica de 2018 mostra que desde 2004 o sexo feminino já é a maioria nas escolas médicas, mas a mesma correspondência não aconteceu na Cirurgia Geral. Dos 30.768 médicos registrados no CFM como “Cirurgião Geral”, as mulheres correspondem apenas a 1/5 do total (6.447). Se considerarmos os médicos entre 30 e 34 anos, as cirurgiãs estão em maioria (53.7%).
RESULTADOS
NA
CONCLUSÕES
Várias associações de mulheres cirurgiãs foram criadas com o objetivo de incentivar as cirurgiãs. Quase todos os colégios de cirurgiões têm suas Comissões de Mulheres Cirurgiãs, com mesmo pensamento: ser mulher não é impedimento para ser “um excelente cirurgião”. Chegará o dia em que tais questões serão anedóticas. As oportunidades não podem ser limitadas por gênero. Mulheres cirurgiãs precisam acreditar em si mesmas e fazer de suas carreiras um sucesso. Em 23 de novembro de 2018, o Diretório Nacional do CBC, homologou a Comissão de Mulheres Cirurgiãs, cujo objetivo é trabalhar em favor da igualdade. Partilhar ideias, dividir dificuldades, incentivar, e sugerir ações que possam transformar positivamente a vida das mulheres cirurgiãs.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
CBC - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Elizabeth Gomes dos Santos