Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA DE AMYAND: RELATO DE CASO DE PACIENTE DO SEXO FEMININO COM APENDICITE AGUDA

INTRODUÇÃO

A hérnia de Amyand tem como definição um apêndice inflamado ou não dentro do saco numa hérnia inguinal, correspondendo a 1% de todas as hérnias inguinais e 1% dos casos de apendicite. A doença é mais comum no sexo masculino, correspondendo a 94% de todos os pacientes. Uma vez que seu quadro clínico é semelhante ao quadro clínico das outras hérnias inguinais, seu diagnóstico é intraoperatório.

RELATO DE CASO

Paciente, 39 anos, sexo feminino, cor preta, natural de Petrópolis, brasileira procurou o serviço de ginecologia no Hospital Alcides Carneiro (HAC) com queixa de dor pélvica de início há 02 meses com piora progressiva que evoluiu com febre e abaulamento em região inguinal direita. Ao exame físico, fluxo vaginal com odor fétido, dor pélvica intensa à mobilização do colo uterino e presença de tumoração em região inguinal direita, sendo a hipótese diagnóstica inicial um quadro de DIPA com início de esquema terapêutico empírico com Metronidazol, Ceftriaxona e Doxiciclina. A paciente evoluiu com piora do quadro hemodinâmico sendo solicitado parecer para clínica cirúrgica, a qual durante avaliação sugeriu a hipótese de hérnia inguinal encarcerada. Devido ultrassonografia inconclusiva, solicitou-se tomografia Computadorizada de abdome que evidenciou presença de formação expansiva anexial direita sugestiva de abscesso tubo-ovariano. Indicado laparotomia exploratória com diagnóstico intraoperatório de hérnia de Amyand, classificada como tipo III Segundo Losanoff e Basso, e tipo C segundo Fernando e Leelaratre, sendo então realizado apendicectomia com herniorrafia aberta.

DISCUSSÃO

É descrito em literatura que a hérnia de Amyand corresponde a 1% de todas as hérnias inguinais e 1% dos casos de apendicite, a doença é mais comum no sexo masculino, correspondendo a 94% de todos os pacientes. O mecanismo da hérnia acontece mais de forma indireta do que direta. O diagnóstico da hérnia de Amyand é predominantemente intra operatório, o quadro clínico não é suficientes para diferenciação do tipo de hérnia, uma vez que esse é semelhante ao quadro clínico das outras hérnias inguinais. Há controvérsias nas literaturas citadas sobre a conduta cirúrgica em relação a um paciente com hérnia de Amyand e apêndice vermiforme sem inflamação, Somente duas classificações são descritas na literatura, a de Losanoff e Basso que avalia somente o grau de comprometimento do apêndice vermiforme e a de Fernando e Leelaratre que avalia, além disso, o comprometimento do processo herniário. O relato de caso apresentado sobre hérnia de Amyand é atípico não só pela própria incidência da doença ser reduzida, mas como já citado, pelo processo inflamatório associado e pelo sexo feminino da paciente. Além disso, o caso mostra as dificuldades do diagnóstico prévio que servem como experiência para abordagens futuras e a necessidade de novos relatos de caso para produção de melhores revisões e, consequentemente, estabelecer condutas diagnósticas e consenso em relação à terapêutica.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ERICK COELHO VALADARES, VINICIUS PACHECO FERNANDES DA SILVA, CAMILA VEIGA BARBOSA, FERNANDA MATHIAS AGUIAR DA SILVA, LUIZ HENRIQUE JARRA MARTINS, ALEXANDRE TEIXEIRA DE ALMEIDA, ISADORA LISBOA SENA, IAN DAMAS VIEIRA