Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO: IMPLICAÇAO DA VARIAÇAO ANATOMICA DE ARTERIA HEPATICA COMUM EM CIRURGIA DE WHIPPLE

INTRODUÇÃO

Variações anatômicas da artéria hepática são importantes no planejamento e performance de procedimentos cirúrgicos abdominais, estando presentes em aproximadamente 20% da população mundial. Relatamos o caso de um paciente com colangiocarcinoma e variação rara em que a Artéria Hepática Comum (AHC) é proveniente da Artéria Mesentérica Superior (AMS), e foi submetido a gastroduodenopancreatectomia pela técnica de Whipple, sem apresentar complicações vasculares no peri e pós-operatório.

RELATO DE CASO

Homem, 64 anos, com história de icterícia à esclarecer há aproximadamente 3 meses, associada a perda ponderal maior do que 10% em 6 meses. Tomografia computadorizada (TC) contrastada de abdome e pelve de 19/04 evidencia cabeça do pâncreas sem alterações, dilatação do ducto de Wirsung (1,51cm), dilatação das vias biliares (2,85cm), e demonstra variação anatômica da AHC, originária da AMS. Ecoendoscopia de 09/05 reafirma os achados da TC e demonstra vegetação intraluminal na porção distal das vias biliares sugerindo colangiocarcinoma cT1N0M0. Admitido em hospital terciário universitário no dia 12/05/18, com 1,72m, 59kg (IMC 20), bilirrubina direta de 12,54 e total de 15,90, ausência de elevação de enzimas pancreáticas, com performance status 1, risco ASA 1. Submetido em 16/05 a gastroduodenopancreatectomia associada a reconstrução em alça única. Durante o ato cirúrgico observamos que a AHC tinha sua origem na AMS, com bifurcação retrocoledociana baixa sendo as artérias gastroduodenal e gástrica direita ramos da artéria hepática esquerda. A art. hepática direita seguia retrocoledociana sendo origem da artéria cística. Essas características não ficaram claras na TC. Foi ressecada a peça em monobloco, com linfadenectomia retroperitoneal. Não houve sangramentos volumosos durante a cirurgia, não havendo necessidade de hemotransfusão. O dreno foi retirado no 7o DPO, de forma que a abordagem cirúrgica mostrou-se bem sucedida do ponto de vista vascular.

DISCUSSÃO

O método de classificação mais usado e mais cirurgicamente relevante para variações anatômicas das artérias hepáticas é o de Michels. Nesta classificação, o Tipo 9 é o associado ao achado em nosso paciente, e corresponde a apenas 0,4 a 4,5% da população. É fundamental o conhecimento das equipes cirúrgicas e radiológicas das diferentes variações anatômicas, para que o planejamento cirúrgico seja o mais adequado e o desfecho seja promissor.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Unirio - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Paulo César Alves Azizi, Paulo César Silva Azizi, Nicole Braz Campos, Janaina Aparecida SIlva Braga Azizi, Giancarlo Jorio Almeida, Guilherme Andrade Gagheggi Ravanini