Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO: RESGATE CIRURGICO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR DE ANTEBRAÇO ESQUERDO E RECONSTRUÇAO COM RETALHO FASCIOCUTANEO PEDICULADO DE PAREDE ABDOMINAL EM DOIS TEMPOS CIRURGICOS

INTRODUÇÃO

O câncer de pele é o câncer mais comum do Brasil. Juntamente com o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular ou de células escamosas (CEC) compõe o grupo dos cânceres de pele não melanoma (CPNM). Esse grupo corresponde aos tipos de cânceres de pele mais frequentes, 90% dos casos, e 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil.
O carcinoma espinocelular é o segundo tumor maligno de pele mais prevalente após o carcinoma basocelular, sendo o melanoma o mais raro. Sua incidência isolada é superior à soma dos carcinomas de pulmão, cólon, mama, reto e linfomas. A face é o local de acometimento mais frequente.
Geralmente o CEC apresenta-se na forma de um nódulo duro na pele com superfície escamosa, podendo também formar uma úlcera. A doença desenvolve-se ao longo de meses e tem maior potencial metastático do que o carcinoma basocelular 5. Seu principal fator de risco é uma elevada exposição à radiação ultravioleta emitida pelo Sol (UVA e UVB).

RELATO DE CASO

L.C, masculino, 84 anos, branco, casado, natural e residente de Curicica - Rio de Janeiro, atendido no ambulatório de cirurgia oncológica do Hospital Universitário Gaffrée e Guine (HUGG) com lesão cutânea ulcerada recidivada (duas vezes) de bordas irregulares, de aproximadamente 5,5 cm no eixo longitudinal em região extensora de antebraço esquerdo, de crescimento progressivo há um ano, sem linfadenomegalias. O paciente havia sido submetido a duas abordagens cirúrgicas prévias pelo serviço de Cirurgia Plástica do HUGG com diagnóstico anatomopatológico de carcinoma de células escamosas bem diferenciado
Devido à dificuldade prevista para a reconstrução do defeito decorrente do amplo resgate cirúrgico da recidiva, envolvendo pele, subcutâneo, parte da musculatura extensora e todo o periósteo radial dorsodistal, com conseqüente exposição óssea, optamos pelo retalho fasciocutâneo pediculado de parede abdominal no qual o paciente permaneceria com o antebraço esquerdo acolado à parede abdominal por quatro a seis semanas.
Paciente foi mantido em controle semanal, apresentando boa integração e viabilidade do retalho após quatro semanas, sendo então submetido, em maio de 2018, ao segundo tempo cirúrgico para liberação do antebraço esquerdo da parede abdominal, com fechamento da área doadora com retalho O para Z.

DISCUSSÃO

O carcinoma espinocelular da pele é uma proliferação atípica de células escamosas da pele, com caráter invasivo e potencial metastático. Pode ocorrer em pele normal, sendo mais frequente em lesões cutâneas precursoras como a ceratose actínica, leucoplasias e radiodermites. É mais prevalente no sexo masculino, após os 50 anos, relacionado a maior exposição solar.
Em geral, apresenta características indolentes e pouco agressivas.
O paciente evoluiu com excelente integração do retalho, bom resultado estético/funcional obtido, evitando uma possível amputação do antebraço esquerdo e foi encaminhado para a realização de radioterapia adjuvante.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Unirio - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Nicole Braz Campos, Paulo César Silva Azizi, Paulo César Alves Azizi, Janaína Aparecida Silva Braga Azizi, Carlos Bernardo Cola, Maria Eduarda Couto