Dados do Trabalho


TÍTULO

REOPERAÇAO LAPAROSCOPICA POR CALCULO RESIDUAL EM INFUNDIBULO APOS COLECISTECTOMIA PARCIAL POR MINILAPAROTOMIA

INTRODUÇÃO

A Colecistectomia é uma das cirurgias mais realizadas no mundo. Infelizmente, no Brasil, em vários serviços médicos, principalmente do sistema público de saúde, ainda é oferecida a laparotomia como via de acesso, em casos eletivos, mesmo com a laparoscopia tendo se tornado padrão ouro no tratamento da colelitíase há décadas. Diante desta realidade, por vezes nos deparamos com complicações pós-operatórias relacionadas a esta técnica.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, de 27 anos, com relato de colecistectomia por laparotomia, sem colangiografia, com incisão subcostal direita de 3 cm de extensão, realizada em caráter eletivo, por colecistopatia crônica calculosa. O procedimento ocorreu há 3 anos, em serviço público de saúde do Distrito Federal. Exame histopatológico revelou vesícula biliar com colecisitite crônica. Após recuperação pós-operatória, a paciente persistiu referindo dor abdominal, náuseas e plenitude pós prandial prolongada. Ecografia abdominal, bem como ressonância magnética do abdome superior confirmaram presença da vesícula biliar com cálculo em seu interior. Com suspeita de calculose em Neovesícula, a paciente foi agendada para Colecistectomia por videolaparoscopia. O achado cirúrgico inicial foi de múltiplas aderências firmes do duodeno ao leito vesicular. Após liberação de aderências, restou identificada vesícula biliar com presença de fio de sutura inabsorvível na sua porção distal, além de triângulo de Calot sem sinais de manipulação cirúrgica. Colangiografia peroperatória confirmou ducto cístico e vias biliares normais. O achado é compatível com colecistectomia parcial por ligadura infundibular e cálculo residual no infundíbulo. Histopatológico mais uma vez atestou vesícula biliar com colecistite crônica. A paciente teve alta precoce e boa evolução pós-operatória, incluindo remissão completa dos sintomas.

DISCUSSÃO

A conhecida "Síndrome pós-colecistectomia" está relatada como a persistência de sintomas biliares após colecistectomia. Embora frequente, a maioria dos casos é tratado clinicamente, sendo que uma pequena porção dos seus portadores tem um dos vários diagnósticos que levam à um reoperação, Dentre os paciente reoperados após colecistectomia, estima-se que apenas 2,5% chega-se ao diagnóstico de colecistectomia parcial com cálculo residual em infundíbulo. A colecistectomia parcial é complicação rara e está relacionada principalmente à má técnica operatória, especialmente quando há dificuldade da identificação correta dos parâmetros anatômicos do triângulo de Calot.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

HRAN UCG - Distrito Federal - Brasil

Autores

SERGIO LUIZ MELO ARAUJO, GUILHERME COSTA CRISPIM DE SOUZA, DANILO ROBERTO TAVARES CARDOSO