Dados do Trabalho


TÍTULO

PERITONITE ENCAPSULANTE ESCLEROSANTE: UM RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO

A peritonite encapsulante esclerosante (PEE) é uma condição rara, cuja incidência varia de 0,9% a 7,3%. Caracterizada pelo encapsulamento total ou parcial do intestino por uma membrana fibro-colagenosa, pode acometer intestino delgado, intestino grosso, fígado e estômago. Foi observado pela primeira vez por Owtschinnikow em 1907. É classificada como idiopática ou secundária. A forma idiopática foi descrita pela primeira vez por Foo et al em 1978.
O diagnóstico pré-operatório é difícil, pois as características clínicas iniciais são inespecíficas, a confirmação diagnóstica é feita por meio da tomografia computadorizada (TC) de abdome.

RELATO DE CASO

A.F.G, masculino, 48 anos, admitido no Hospital Regional de Presidente Prudente com quadro de dor abdominal difusa há 5 meses com piora progressiva, inapetência, náuseas, distensão abdominal e perda ponderal de 8 kg no período. Ao exame físico apresentava abdôme distendido, doloroso difusamente à palpação, sem sinais de peritonite, com massa palpável em região de flanco esquerdo e mesogastro. Sem comorbidades ou cirurgias prévias. Realizado TC de abdome total que identificou agrupamento de alças intestinais jejunais/ileais no andar superior do abdome, encapsulada por uma fina membrana que captava o meio de contraste, com discreto espessamento da gordura mesenterial adjacente, compatíveis com PEE. O paciente foi submetido à laparotomia exploradora, exérese de cisto que media 24 x 9 x 6 cm com preservação das alças intestinais e lavagem da cavidade. O anatomopatológico identificou um processo inflamatório crônico agudizado, fibrose, calcificações distróficas e ausência de malignidade. Paciente evoluiu bem, recebeu dieta no segundo dia pós-operatório e alta no quarto, com melhora dos sintomas prévios.

DISCUSSÃO

A PEE idiopática ou primária é uma condição rara, de causa desconhecida. Não tem relação com a raça, incide com maior frequência em homens, mulheres pré-menstruais ou crianças. No caso da PEE secundária a etiologia esta relacionada a diversas situações que levam à inflamação peritoneal como tuberculose peritoneal, diálise peritoneal, cirurgia abdominal, peritonite recorrente, quimioterapia intraperitonial, cirrose, transplante hepático, endometriose, ruptura de cisto dermoide e deficiência de proteína S.
Devido a clínica, por vezes, inespecífica, grande parte dos casos tem diagnóstico incidental na laparotomia. Os principais sintomas são dor abdominal recorrente, náuseas, vômitos e emagrecimento.
O tratamento é cirúrgico e passível de remoção da membrana com liberação intestinal sem ressecção. A excisão subtotal da membrana, enterólise, intubação do intestino delgado, ressecção intestinal são tratamentos para pacientes com alto risco de perfuração. No caso relatado, os sintomas relacionam-se com os encontrados na literatura e o paciente não apresentava nenhum fator etiológico descrito na mesma, sendo classificado, portanto, como idiopático.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE - São Paulo - Brasil

Autores

HELEN BRAMBILA JORGE, HELEN BRAMBILA JORGE, MARCEL DEPIERI ANDRADE, MARCEL DEPIERI ANDRADE, ADRIELLE ANDRADE PUGAS, ADRIELLE ANDRADE PUGAS, PAULO GARDENAL TELES, PAULO GARDENAL TELES, FELIPPE ANTONIO GOES SCORSIONI, FELIPPE ANTONIO GOES SCORSIONI, IGOR ANTONIO SPILKA, IGOR ANTONIO SPILKA, JOAO DE FREITAS NETO, JOAO DE FREITAS NETO, GABRIELA VASCONCELLOS OLIVERIO, GABRIELA VASCONCELLOS OLIVERIO