Dados do Trabalho
TÍTULO
HISTORIA RECENTE DO USO DAS TELAS EM CIRURGIAS DE HERNIA INGUINAL: REVISAO
OBJETIVO
O trabalho teve como objetivo central realizar uma revisão da literatura atual sobre a evolução recente no uso das telas na cirurgia de reparo de hérnia inguinal, e pontuar as principais complicações e benefícios de cada método bem como suas vantagens e desvantagens na interface atual.
MÉTODO
Foram utilizados artigos científicos das bases de dados físicas e digitais: Bireme, PubMed/MEDLINE, Google Acadêmico e livros didáticos. As palavras-chave utilizadas foram: Hérnia Inguinal, Cirurgia, Tela, Benefícios e Complicações.
RESULTADOS
O interesse e o estudo das hérnias da parede abdominal são muito antigos. As primeiras referências sobre o assunto estão contidas no Papiro de Ebers (1536 a.C.). Atribui-se a Galeno (129-210 d.C.) a observação e correlação entre o surgimento de uma hérnia e a fraqueza da musculatura da parede abdominal. Com o advento de materiais protéticos, foi possível idealizar maneiras para correção dessa fraqueza, sendo que em 1989, Liechtenstein desenvolveu o conceito da cirurgia sem tensão através do uso de tela de polipropileno tornando-se o procedimento mais usado e difundido em relação aos reparos convencionais nos últimos 15 anos devido à sua simplicidade técnica e às baixas taxas de recorrência. Em 1993, Rutkow e Robbins apresentaram o método plug-and-patch, considerado uma técnica de dissecção mínima, recuperação rápida e baixas taxas de recorrência e complicações como, por exemplo, a migração da tela, violação inadvertida do peritônio levando a obstrução intestinal, perfuração do colón, fístulas e formação de divertículos. Em 1999, Gilbert publicou os resultados obtidos com uma nova técnica de reparo das hérnias inguinais utilizando a tela tridimensional com efeito teórico no reforço e manutenção da parede posterior do canal inguinal, sem tensão, contemplando o orifício miopectíneo. Esta técnica emprega uma prótese de polipropileno, conhecida como Prolene Hernia System (PHS), que combina três mecanismos de ação e resulta em não-recidiva e em uma taxa de complicações como seromas, hematomas e infecções muito baixas. Também reduziu as complicações pós-operatórias como dor, tempo de recuperação, complicações a curto prazo e taxas de recorrência. Embora um método recente, a reparação com PHS mostrou ter menos complicações quando comparado aos métodos de plug-and-patch e de Lichtenstein.
CONCLUSÕES
As novas técnicas, bem como novos tipos de próteses e materiais, estão focadas em melhorar os elementos do procedimento como: facilidade de aplicação técnica com consequente diminuição do tempo operatório e das complicações precoces e tardias – melhorando a qualidade de vida dos pacientes – ao invés de reduzir uma taxa de recorrência que já baixa. Conforme vários autores, dentre as próteses sintéticas atualmente disponíveis em nosso meio, a tela de polipropileno ainda é o material mais utilizado pela disponibilidade, difusão da técnica e baixo custo.
Área
PAREDE ABDOMINAL
Instituições
Universidade de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil
Autores
Vinicius Magalhães Rodrigues Silva, Fernanda Magni Cadamuro, Marcus Vinicius V Silveira, Raphael Cruz Buzatto Ramos