Dados do Trabalho


TÍTULO

AS CLASSIFICAÇOES TNM DO NOVO MILENIO (AJCC, 2002, 2010 E 2016) NO SEGUIMENTO DE 10 ANOS DE PORTADORES DO CANCER GASTRICO – MUDANÇAS NECESSARIAS?

OBJETIVO

A forma universal de estagiamento do câncer gástrico é o sistema TNM. Em 2016 o American Joint Committee On Cancer (AJCC) lançou a 8a Edição, na qual ocorreram modificações estruturais e conceituais neste sistema. O objetivo do trabalho foi comparar os potenciais benefícios da nova edição da classificação TNM 2016 com o TNM 2010 e 2002, de forma a determinar se há melhor acurácia com a nova classificação.

MÉTODO

Foram avaliados retrospectivamente 1171 casos de adenocarcinomas gástricos operados eletivamente e consecutivamente no Hospital do Câncer I, INCA, Ministério da Saúde, no período de Janeiro de 1997 a dezembro de 2006. O estagiamento conforme as Edições 6a (2002) e 7a (2010) foram comparados com a 8a Edição (2016). Foram geradas curvas de sobrevida em cada um dos estágios do TNM 2002, 2010 e 2016 e testados para avaliar se houve diferença significativa entre os grupamentos.

RESULTADOS

Os 1171 doentes foram seguidos por 10 anos ou até o óbito. A média de idade foi de 60 ±12, com predomínio do sexo masculino com 802 (68,5%) casos. No TNM 2002 foram encontrados no Estágio IA 139 (11,9%), IB 72 (6,1%), II 126 (10,8%), IIIA 185 (15,8%), IIIB 108 (9,2%) e IV 541 (46,2%) pacientes. No TNM 2010 foram encontrados no Estágio IA 139 (11,9%), IB 60 (5,1%), IIA 24 (2%), IIB 111 (9,5%), IIIA 78 (6,7%), IIIB 115 (9,8%), IIIC 150 (12,8) e IV 494 (42,2%) pacientes. No TNM 2016 foram encontrados no Estágio IA 139 (11,9%), IB 60 (5,1%), IIA 24 (2%), IIB 122 (10,4%), IIIA 184 (15,7%), IIIB 9 (0,8%) e IIIC 150 (12,8) e IV 494 (42,2%) pacientes. A taxa de ressecabilidade total foi de 68,5%. A estimativa global de sobrevida em 5 anos foi de 38% e em 10 anos de 31%. A taxa de recidiva foi de 55,8%. Houve perda de seguimento em 10 anos de apenas 11% dos casos.

CONCLUSÕES

Em todas as classificações TNM houve migração de estágio conforme o TNM anterior, produzindo melhor correlação do estagiamento com a sobrevida. A 8a Edição, em relação a 7a e 6a Edição do TNM, permitiu melhor acurácia no estagiamento patológico dos doentes com adenocarcinomas gástricos e melhor definição quanto aos tumores proximais. Trouxe, porém, maior complexidade na avaliação clínica.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Max Benicio da Fonseca de Brito, Rubens Kesley, Leticia Fonseca, Odilon Souza Filho, André Maciel, Flávio Sabino, José Humberto Simões Correa, Eduardo Linhares Riello de Mello