Dados do Trabalho
TÍTULO
HELICOBACTER PYLORI NO ESPECIME CIRURGICO DE ADENOCARCINOMAS GASTRICOS SUBMETIDOS A GASTRECTOMIA PARCIAL - ANALISE DE 10 ANOS DE SOBREVIVENCIA
OBJETIVO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o Helicobacter pylori (HP) como um carcinogenético gástrico do Tipo I, ou seja, com potencial risco de desenvolvimento de câncer semelhante ao alcoolismo e tabagismo. Todo doente gastrectomizado parcialmente deve ser tratado contra o HP; todavia, a recolonização é frequente. O objetivo foi estudar os efeitos do HP nos seguimento de 10 anos nos doentes submetidos à gastrectomia parcial para adenocarcinomas gástricos.
MÉTODO
Foi pesquisado a presença do HP em 301 espécimes cirúrgicos de pacientes portadores de adenocarcinomas gástricos, submetidos a gastrectomia parcial (subtotal). Foi utilizado o método histopatológico para pesquisa. Todos os casos foram operados no Hospital do Câncer I, INCA, no período de Janeiro de 1997 a dezembro de 2006 e foram divididos em 2 Grupos: Presença (+) e Ausência (-) do HP. Foram comparados nestes grupos o perfil demográfico, clínico, anatomopatológico e risco de recidiva ou segundo tumor primário gástrico.
RESULTADOS
A presença do Helicobacter pylori foi pesquisada em 301 espécimes cirúrgicos de adenocarcinomas gástricos e a bactéria foi identificada em 189 (62,8%) casos. A mediana de idade na amostra foi de 60±12 anos, variando de 26 a 88 anos, com predomínio do sexo masculino com 162 (53,8%) casos. Não houve diferença entre os grupos quanto a idade (p=0,12) e sexo (p=0,51). A média de linfonodos no espécime HP+ foi de 29,9±14, e HP- de 27,6±13 (p=0,15). A média de linfonodos metastáticos (LM) foi de 4 LM no espécime cirúrgico, semelhante entre os grupos (p=0,94). Conforme o TNM 2016, foram identificados 66 (21,9%) casos no estágio IA, 33 (11%) casos no IB, 8 (2,7%) casos no IIA, 52 (17,3%) casos no IIB, 60 (19,9%) casos no IIIA, 1 (0,3%) casos no IIIB, 43 (14,3%) casos no IIIC e 38 (12,6%) casos no IV; e não houve diferença entre os grupos quanto o estagiamento e sobrevida. No seguimento de 10 anos foram encontrados 79 (26,2%) casos de recidiva da doença, sendo 37 (12,3%) no estômago.
CONCLUSÕES
O tratamento do HP após as gastrectomias parciais deve ser feito de rotina. O controle endoscópico se faz obrigatório pelos riscos de reinfecção e recidiva no estômago serem altos nesse grupo (>10%). Sugerimos que o doente deve permanecer em acompanhamento clínico por mais 5 anos após a cirurgia.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
INCA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Thuany Oliveira Reis, Rubens Kesley, Mirian Barbosa, André Maciel, Flávio Sabino, Sergio Bertolacce, José Humberto Simões Correa, Eduardo Linhares Riello Mello