Dados do Trabalho
TÍTULO
A AVALIAÇAO DO RESIDUO TUMORAL APOS 10 ANOS DE SEGUIMENTO ONCOLOGICO NO ADENOCARCINOMA GASTRICO CONFORME TNM 2016
OBJETIVO
A avaliação do resíduo tumoral é subjetiva ao Cirurgião, que por vezes não consegue biopsiar uma região conforme o risco ou localização. É reconhecido no TNM como tempo fundamental na descrição cirúrgica para o correto estagiamento dos doentes oncológicos e propicia segurança para a equipe quanto ao estagiamento patológico adequado. Analisamos as descrições cirúrgicas dos doentes operados no Hospital do Câncer I, conforme sua descrição de resíduo tumoral e analisamos sua correlação com o TNM (AJCC 2016).
MÉTODO
Foram avaliados retrospectivamente os pacientes com adenocarcinoma gástrico avançado, estádio patológico >II (AJCC, 2016), pT>2 e submetidos a tratamento cirúrgico no Hospital do Câncer I, INCA. Analisamos o resíduo tumoral (R0, R1, R2, R3) pós-operatório, conforme descrito pelo cirurgião e o estadiamento anátomo-patológico, foram formados 4 Grupos: tumores irressecáveis (R3); tumores com resíduo macroscópico (R2); gastrectomia com persistência de resíduo microscópicos (R1); gastrectomias com linfadenectomia (D2/D1) e ausência de resíduo tumoral (R0); com objetivo de definir a morbimortalidade e sobrevida.
RESULTADOS
Foram avaliados 930 pacientes, com média de 61 ±12 anos, sendo 571 (61,4%) homens. Os R3 foram constituído de 362 (38,9%), R2 de 53 (5,7%), R1 de 33 (3,5%%) e R0 de 482 (51,8%). A taxa global de complicações foi de 28,4% e mortalidade de 7,5%. A taxa de morbidade foi maior no R0 (38%%,), R1 (36%), R2 (43%) e R3 (11%), com diferença significativa entre os grupos (p=0,000). Não houve diferença significativa na mortalidade entre os grupos (p=0,3). A sobrevida estimada no doente submetido a cirurgia R0 foi de 46% em 5 anos e 34% em 10 anos, R1 em 5 anos foi de 22% e nenhum doente sobreviveu 10 anos, no R2 a sobrevida média foi de 30 meses e nenhum doente sobreviveu 5 anos. No R3 a sobrevida média foi de 9 meses apesar da quimioterapia.
CONCLUSÕES
A avaliação de resíduo tumoral é um guia na avaliação oncológica pós operatória do doente com câncer gástrico. A ressecção paliativa apresenta morbidade maior, porém mortalidade semelhante à cirurgia curativa quando realizada em um centro de alta complexidade em câncer. Novos trabalhos são necessários definir as contra-indicações à ressecção paliativa e a cirurgia de resgate após quimioterapia.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Letícia Fonseca Gaspar Fernandes, Rubens Kesley, Renata Ramos, Leonaldson Castro, Antonio Accetta, Flávio Sabino, José Humberto Simões Correa, Eduardo Riello de Mello