Dados do Trabalho


TÍTULO

ESOFAGECTOMIA TRANSHIATAL COMO METODO DE ESCOLHA PARA O TRATAMENTO DE DOLICOMEGAESOFAGO CHAGASICO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A Doença de Chagas é uma doença crônica, altamente prevalente na America do Sul, com predominância na região central do Brasil. Possui diversos acometimentos, sendo que dentre os do aparelho digestivo, o mais representativo é o megaesôfago. Diversas são as opções terapêuticas, sendo que de modo geral, todas são consideradas tratamentos paliativos. Quanto ao tratamento do megaesôfago grau IV, não há consenso. Diversos estudos advogam a favor de terapêuticas como a miotomia a Heller, que apesar de menos invasiva que a proposta neste trabalho, apresenta altas taxas de recidiva, em torno de 60%, nos casos de megaesôfago terminal. Por tal motivo, apesar de ser uma cirurgia extensa e com morbimortalidade mais elevada, a esofagectomia transhiatal deve ser considerada para o tratamento desta doença na fase avançada.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 56 anos, natural do estado de Minas Gerais. Sabidamente portadora e sintomática de megaesôfago chagásico há 19 anos, com progressão importante da sintomatologia, impossibilidade de alimentação e perda ponderal significativa. Realizados exames diagnósticos que demonstraram a progressão da doença com dolicomegaesofago, apresentando intensa dilatação esofágica e retenção alimentar importante. Optado inicialmente por terapêutica nutricional e imunomoduladora baseada no protocolo acerto por 28 dias. Após, como terapêutica definitiva, realizada a esofagectomia transhiatal e reconstrução com tubo gástrico. Paciente apresentou uma evolução favorável, recebendo alta hospitalar assintomática e com boa aceitação de dieta branda.

DISCUSSÃO

A forma esofágica da doença de Chagas apresenta diversos graus de acometimento e possui, portanto propostas terapêuticas variadas. Um estudo de meta análise sugeriu que a esofagectomia para o tratamento do megaesôfago grau IV é uma alternativa segura e efetiva, com baixa recidiva e importante ganho de qualidade de vida, com alimentação via oral precoce e definitiva. Devendo esta, ser realizada sem hesitação em pacientes com status clínico permissivo a um procedimento de grande porte, e de preferência como alternativa inicial de tratamento, uma vez que pacientes submetidos previamente a outros procedimentos apresentam morbidade mais elevada.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Centro Hospitalar Municipal de Santo André Dr. Newton da Costa Brandão – Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) - São Paulo - Brasil

Autores

STEFANIE SOPHIE BUUCK MARQUES, MÓNICA PATRICIA MONTAN MONTANO, CARLOS EDUARDO RODANTE CORSI, JAQUES WAISBERG, ALEXANDRE CRUZ HENRIQUES, SANDRA DI FELICCI BORATTO