Dados do Trabalho
TÍTULO
PANCREATECTOMIA DISTAL COM PRESERVAÇÃO ESPLÊNICA NO TRAUMA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O trauma pancreático representa 5 a 7% dos traumas abdominais penetrantes. A sua baixa incidência é devido à sua localização retroperitoneal e pelo mesmo motivo seus sinais e sintomas são menos exuberantes. Na maioria dos casos, está associado a lesões de outros órgãos e com morbi-mortalidade elevada. Assim, seu diagnóstico e tratamento precoces, apresentam um impacto positivo na sobrevida dos pacientes.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, 34 anos, vítima de ferimento por projétil de arma de fogo abdominal foi submetido à laparotomia exploradora; no intra-operatório, observou-se grande quantidade de sangue livre, lesões nos segmentos II e IV do fígado, diafragma e hematoma não expansivo em zonas I e II à esquerda de retroperitônio. Devido à instabilidade hemodinâmica foi optado pela cirurgia de controles de danos. Foi então encaminhado à UTI e após 16 horas, foi submetido à reabordagem cirúrgica. À exploração dos hematomas foi identificado trauma pancreático com lesão ductal e trauma do hilo renal, quando se optou pela pancreatectomia corpo caudal com preservação esplênica e nefrectomia esquerda. Paciente evoluiu sem intercorrências com alta hospitalar no 15º PO.
DISCUSSÃO
A indicação da cirurgia de controle de danos é de fundamental importância nos traumas abominais, incluindo o trauma pancreático. As lesões associadas e lesões desapercebidas pancreáticas são responsáveis pela alta morbidade e mortalidade nesse tipo de trauma. Assim, a estabilização na fase 2 da cirurgia de controle de danos permite a reabordagem do paciente em melhores condições clinicas e por uma equipe afeita à cirurgia pancreática. Lesões complexas e/ou a lesão de ducto pancreático principal (DP), são tratadas com pancreatectomia. Lesões à esquerda dos vasos mesentéricos são passiveis de pancreatectomia distal com ou sem preservação esplênica. Ao removê-lo, constatou-se aumento da infecção fulminante pós-esplenectomia (IFPE), da morbidade precoce e tardia às infecções e da mortalidade séptica, sendo estimulada a preservação total ou parcial do órgão. Por tais motivos, a cirurgia de controle de danos aumenta significativamente a sobrevida de pacientes graves pois permite re-operação programada em melhores condições clinicas. A pancreatectomia distal com preservação esplênica é factível no trauma e diminui a mortalidade por infecção pós-operatoria, sem aumentar a morbidade e tempo cirúrgico.
Área
TRAUMA
Instituições
Centro Hospitalar Municipal de Santo André Dr. Newton da Costa Brandão – Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) - São Paulo - Brasil
Autores
STEFANIE SOPHIE BUUCK MARQUES, MÓNICA PATRICIA MONTAN MONTANO, AMANDA VITIELLO PEREIRA BROSCO, ALEXANDRE ZANCHENKO FONSECA, BRUNELLA SILVA CERQUEIRA, CAIO DJIN KAWAMURA MADUENO, JAQUES WAISBERG, ALEXANDRE CRUZ HENRIQUES