Dados do Trabalho
TÍTULO
HERNIA DIAFRAGMATICA TRAUMATICA ESQUERDA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A hérnia diafragmática traumática (HDT) ocorre quando estruturas localizadas na cavidade abdominal atravessam o diafragma por meio de uma abertura causada por trauma e passam a situar-se na cavidade torácica. Em 75% dos casos, a HDT é secundária a traumas contusos, sendo os acidentes automobilísticos os principais responsáveis por essas. Apesar de ser rara em crianças, a HDT representa um desafio na urgência, devido à dificuldade de diagnóstico e presença de lesões graves associadas, as quais indicam a severidade do trauma sofrido. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de HDT esquerda, em uma criança, decorrente de um acidente automobilístico.
RELATO DE CASO
M.E.K, feminino, 7 anos, 30kg, vítima de acidente automobilístico (colisão frontal carro x carro) é encaminhada à UTI Pediátrica do Hospital Geral de Caxias do Sul. Ao exame físico: Glasgow 11, pupilas isocóricas e fotorreagentes. Sinais Vitais: PAM 65 mmHg, FC 129 bpm, FR 32 mrpm, saturação 100% (O2 em ON 5L/min), temperatura axilar 36,2ºC. Abdômen tenso, doloroso à palpação, RHA diminuídos, com hematoma em região pélvica e sangramento por laceração na região do quadril. TC de abdômen revela hérnia diafragmática à esquerda. TC e RX de pelve mostram fratura da asa do ilíaco à esquerda e hematoma retroperitoneal. Paciente é encaminhada à laparotomia mediana para reposicionamento do baço, estômago e alças e realização de sutura diafragmática. Não houve intercorrências no procedimento. Tratamento para a fratura e hematoma retroperitoneal foi conservador. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória, recebendo alta hospitalar após 12 dias da intervenção cirúrgica.
DISCUSSÃO
A diversidade de apresentações clínicas da HDT dificulta o diagnóstico clínico em politraumatizados, especialmente em crianças. A HDT tem maior prevalência à esquerda, pois, em geral, as hérnias à direita são mais letais, sendo diagnosticadas em autopsias. A associação entre lesão diafragmática e lesão pélvica, como a descrita no caso, é frequente, ocorrendo em até 55% dos casos. O tratamento definitivo é cirúrgico, por laparotomia mediana para a sutura da abertura no diafragma secundária ao trauma. Deve-se instituir a intervenção de forma precoce, a fim de evitar a estrangulação e perfuração dos órgãos abdominais herniados, e também a alta morbimortalidade do quadro.
Área
CIRURGIA PEDIÁTRICA
Instituições
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
CAMILA SARAIVA ALMEIDA, JOANA MARCHET DALOSTO, FERNANDA TARUHN ROMANI, DIANE ARBUSTI, MARILIA HOJAIJ CARVALHO RONCHETTI, SERIO FREITAS