Dados do Trabalho


TÍTULO

ESTENOSE HIPERTROFICA DE PILORO EM ADULTO JOVEM: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A estenose hipertrófica de piloro (EHP) caracteriza-se pela hipertrofia progressiva da musculatura pilórica, provocando alongamento e estreitamento persistente do canal pilórico. É uma doença predominantemente pediátrica acometendo infantes de 2 – 12 semanas de idade. Em adultos é entidade rara, com predomínio em homens de meia-idade. Embora não apresente uma etiologia clara, teorias têm sido propostas, como cicatrização intensa de uma úlcera gástrica ou duodenal. Até o momento foram descritos menos de 300 casos na literatura inglesa. A anatomia patológica foi descrita pela primeira vez em 1842, Cruveilhier e e, em 1885, Maier et. Al.confirmou como doença específica.

RELATO DE CASO

J.M.S. 21 anos, masculino, branco, admitido no Pronto-socorro do Hospital Regional de Presidente Prudente com quadro de perda ponderal, 22 kg em 6 meses, plenitude gástrica e vômitos não biliosos, sem histórico de cirurgias prévias e sem comorbidades. Ao exame físico apresentava abdome normotenso, com massa palpável em mesogastro. Foi submetido à endoscopia digestiva alta que evidenciou estenose de piloro com lesão infiltrativa de antro e piloro; no anátomo-patológico gastrite crônica. A tomografia computadorizada de abdôme mostrou a estenose com dilatação gástrica a montante. Optou-se por tratamento cirúrgico, sendo realizado piloromiotomia com vagotomia troncular. Realizado biopsia de linfonodo supra duodenal cujos cortes histológicos demonstraram hiperplasia de folículos linfóides e seios medulares. O paciente recebeu dieta no terceiro dia pós operatório e alta no quinto, sendo o quadro patológico considerado doença dispéptica.

DISCUSSÃO

EHP é uma doença predominante em infantos. Em adultos, é uma doença antiga, rara e de etiologia ainda pouco esclarecida. Existem duas classificações etiológicas mais aceitas: Primária, sem relação com doença subjacente, tendo como única explicação a persistência da forma juvenil; E secundária, que pode ser causa de um carcinoma, tumor estromal gastrointestinal, aderências extrínsecas pós-operatórias, bezoares e hiperatividade vagal levando à hipertrofia muscular. No entanto, a intensa cicatrização de uma úlcera duodenal crônica tem sido descrita como uma das causas mais comuns. Essa condição pode passar despercebida devido ao seu processo longo e história arrastada. Além disso, investigar a infecção por H. Pylori se faz importante. Estudos revelaram correlação entre a infecção e alterações anatomopatológicas na mucosa gástrica, a respeito da extensão e intensidade da inflamação, atrofia, metaplasia intestinal e hiperplasia de folículos linfóides. Apesar do declínio de sua incidência nos últimos anos, seu diagnóstico precoce e tratamento são importantes para evitar complicações como a EHP. O tratamento cirúrgico para este paciente foi a piloromiotomia com vagotomia troncular, com excisão longitudinal extra mucosa do músculo pilórico, tratamento de escolha nos casos de EHP. A dilatação endoscópica também foi defendida, porém tem alta taxa de recidiva.


Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE - São Paulo - Brasil

Autores

HELEN BRAMBILA JORGE, ADRIELLE ANDRADE PUGAS, MARCEL DEPIERI ANDRADE, PAULO GARDENAL TELES, IGOR ANTONIO SPILKA, FELIPPE ANTONIO GOES SCORSIONI, GABRIELA VASCONCELLOS OLIVERIO, JOAO DE FREITAS NETO