Dados do Trabalho
TÍTULO
CANCER DE PELE NAO MELANOCITICO NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL: PREVALENCIA E TRATAMENTO
OBJETIVO
As neoplasias malignas da pele são os tumores mais comuns adquiridos pelo ser humano no curso de sua vida. O câncer de pele do tipo não-melanócito corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Cerca de 165.580 novos casos (85.170 homens e 80.140 mulheres) são detectados anualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA. Os mais frequentes e, por isso, de muito interesse à saúde pública, o carcinoma basocelular (CBC), o mais comum e de menor letalidade e o carcinoma epidermóide (CEC). Carcinoma basocelular é exemplar de tumor maligno e raro poder de metastatização. O CBC não apresenta lesão precursora conhecida. Histologicamente, é estratificado em nodular, menos agressivo e micronodular, infiltrativo e esclerodermiforme, mais agressivos. Dentre as opções de intervenção a cirurgia com exérese total da lesão e reconstrução no mesmo tempo cirúrgico, priorizando correção com retalhos locais constitui o tratamento padrão de referência para esses tumores. Abscisões conservadoras podem resultar em retirada incompleta do tumor e recidiva. Sua etiologia é multifatorial. A exposição crônica aos raios solares sem fotoproteção a principal causa para o surgimento das lesões. A predisposição genética e idade avançada contribuem para o alto risco de desenvolvimento do câncer de pele. O presente trabalho tem como objetivo analisar os casos de câncer de pele não-melanoma, entre os anos de 2009 a 2014, no ambulatório de cirurgia de Canguçu, RS.
MÉTODO
Este é um estudo transversal em que se analisou pacientes submetidos a tratamento de carcinoma de pele em centro cirúrgico, avaliados quanto a idade, sexo, localização anatômica, dimensões das lesões, subtipo histológico e abordagem terapêutica. Obteve-se dados histológicos através de 97 laudos anatomopatológicos e registros de prontuários armazenados no Epidata e analisados no STATA, considerados como prevalência.
RESULTADOS
A análise dos dados mostrou prevalência de idade de 34,4% entre os 60-69 anos, do sexo feminino em 51,6% e na região facial com 24,2%. O carcinoma basocelular apareceu em 76% dos casos, sendo o tipo micronodular o mais comum 43,6%, com 67,4% infiltrativos e invasão da derme de 69,6%. O diâmetro dos tumores foi de 0,3 e 1,0 cm em 39,2% dos casos. Observamos que a cirurgia foi o tratamento de escolha, em 26,8% dos casos foi feita ressecção e sutura simples e as ressecções seguidas de retalhos dermocutâneos ocorreram em 73,2% tratados. As recidivas foram de 5,2%. A ampliação de margens ocorreu em 12,4% dos casos reoperados.
CONCLUSÕES
Observou-se predomínio de CBC e do sexo feminino nos pacientes estudados, demonstrando a tendência atual desse tumor. A abordagem terapêutica foi ao encontro dos dados encontrados na literatura. Por ser a neoplasia de maior prevalência na população saber identificar as lesões precocemente, bem como conhecer os fatores de risco e indicar tratamento cirúrgico adequado, ao considerar as margens de ressecção, são primordiais para um diagnóstico precoce e cura dos pacientes.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade Católica de Pelotas - UCPel - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Rafael Pelissaro, Ana Cristina Beitia Kraemer, Nathalia Zibetti Maestri, Pedro Ferreira Ceretta, Waleska Jackowski Bilous