Dados do Trabalho
TÍTULO
TIFLECTOMIA EM CASO DE APENDICITE AGUDA COMPLICADA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Introdução: Apendicite aguda é uma doença comum que incide 57/100.000 pessoas a cada ano, mais frequente em crianças e adolescentes. O diagnóstico se baseia no exame clínico e confirmado por exames complementares, como a ultrassonografia (USG), a tomografia computadorizada (TC) de abdomen e exames laboratoriais.
O tratamento é cirúrgico por via convencional ou laparoscópica, nos casos de apendicite aguda complicada recomenda-se tratamento conservador com a drenagem guiada da coleção e antibióticos por 6 a 8 semanas, além do tratamento cirúrgico em segundo tempo, para diminuir a morbidade do paciente, evitando complicações ou ressecção do cólon direito.
Nos casos de apendicite aguda complicada, visto no intra-operatório edema e processo inflamatório intenso da base do apêndice e do ceco, com deformação de estruturas anatômicas, não permitindo a realização da apendicectomia, pelo risco de deiscência, torna-se necessário a ressecção ileocecal e hemicolectomia direita.
RELATO DE CASO
Relato de caso: S.C.C, 64 anos, sexo feminino, admitida no Hospital Regional com quadro de dor em flanco direito há 10 dias, diagnosticada previamente com cistite e tratada com antibióticos, sem melhora; realizado exame de imagem corroborativo para apendicite aguda supurada, submetida à laparotomia exploradora com necrose da base do apêndice cecal e parte do ceco, realizado a tiflectomia com grampeador linear e sobressutura com Prolene.
O anatomopatológico evidenciou apêndice cecal com característica de apendicite aguda supurada e ceco-pericolite aguda. Paciente evoluiu bem, liberada dieta no quinto pós-operatório e alta hospitalar no sétimo dia.
DISCUSSÃO
Discussão: Nos casos de apendicite aguda complicada, deve-se optar pelo tratamento conservador com antibióticos e drenagem guiada por imagem, para posterior abordagem cirúrgica com melhores resultados, reduzindo a taxa de complicações pós-operatórias.
Neste presente estudo a TC de abdômen não evidenciou coleção, por isso optamos pelo tratamento cirúrgico imediato, no intra-operatório observamos uma apendicite aguda complicada com base do apêndice cecal comprometida, para evitar a hemicolectomia direita realizamos tiflectomia.
A tiflectomia na apendicite complicada apresenta melhor recuperação para paciente, menor chance de complicação no pós-operatório, além de preservação do cólon direito. A apendicite aguda apresenta a taxa de complicação alta (8-23%) quando não é realizado a técnica segura; O risco de perfuração aumenta para 5,8% a 7,6% para cada período de 24 horas.
Relatos na literatura o uso de tiflectomia para os casos de mucocele do apêndice cecal e divertículo solitário de ceco. Não existem muitos relatos desse procedimento em apendicite aguda complicada, observamos no nosso caso, melhor recuperação da paciente, quando comparado a hemicolectomia direita além de menor morbi-mortalidade.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
Hospital Regional de Presidente Prudente - São Paulo - Brasil
Autores
Helen Brambila Jorge, Felippe Antônio Góes Scorsioni, Igor Antonio Spilka, Marcel Depieri Andrade, Adrielle Andrade Pugas, Paulo Gardenal Teles, Rodrigo Tavore Strasser