Dados do Trabalho
TÍTULO
DOENÇA CISTICA BILIAR NA IDADE ADULTA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A doença cística biliar (DCB) consiste em defeitos congênitos da árvore biliar intra e extra-hepática, uma condição rara nos países ocidentais com 1:2.000.000 nascidos vivos em oposição à incidência de 1:13.000 nascimentos no Japão, portanto, até 150 vezes mais frequente; mais prevalente no sexo feminino e em crianças e adultos jovens.
De etiologia incerta, a teoria mais aceita é a junção do ducto pancreático com o ducto biliar comumcom o ducto biliar comum formando um canal comum longo, permitindo refluxo de suco pancreático, ocorre aumento da pressão intraductal e inflamação da parede biliar, degenerando a mesma e formando cistos.
O diagnóstico é realizado por exames de imagem, consideramos atualmente como padrão ouro a colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM). Os exames laboratoriais são inespecíficos para diagnóstico, ajudam na avaliação das complicações.
A DCB apresenta possíveis complicações: cirrose biliar, abscesso hepático, ruptura do
cisto, pancreatite, hemorragia gastrointestinal, trombose da veia porta; a mais importante é a associação com neoplasia maligna.
RELATO DE CASO
D.N, sexo feminino, 62 anos, com dor em hipocôndrio direito há 6 meses associado a vômitos, icterícia, colúria e acolia fecal; antecedente de colecistectomia há 13 anos. Realizou USG de abdômen que sugeriu cisto de colédoco; uma colangiopancreatografia por RNM confirmou o diagnóstico, classificado segundo Todani como um cisto extra-hepático fusiforme na porção distal do colédoco.
Foi optado pela abordagem cirúrgica com ressecção completa do cisto de colédoco com anastomose hepático-jejunal termino-lateral em Y-de-Roux. Paciente evoluiu bem, recebeu dieta no terceiro pós-operatório e alta no sétimo. Peça cirúrgica enviada para análise de anatomopatologia apresentando característica de cisto epitelial simples, sem malignidade.
DISCUSSÃO
O cisto de colédoco é uma afecção da via biliar rara na vida adulta, com incidência de 1:150.000 adultos em países ocidentais. A tríade clássica dos sinais e sintomas está presente em 20% dos casos, consistem em dor abdominal, icterícia e massa abdominal palpável; 2/3 dos casos possuem pelo menos dois dos três achados.
O USG abdominal é o primeiro exame solicitado, possui baixo custo e alta sensibilidade, porém o padrão ouro para o diagnóstico é CPRM. Os exames laboratoriais não são específicos e o marcador tumoral segue normal caso não tenha degeneração maligna da árvore biliar.
O tratamento de escolha para cistos de colédoco é a excisão cirúrgica total, com reconstrução da árvore biliar afim de evitar complicações à longo prazo do cisto. No presente estudo classificado como cisto de colédoco Todani I, extensão desde a confluência dos ductos hepáticos até cabeça pancreática. Realizado ressecção total do cisto e hepaticojejunostomia em Y-de-Roux, material enviado para avaliação anatomopatológica de possível degeneração maligna, visto a idade da paciente.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Hospital Regional de Presidente Prudente - São Paulo - Brasil
Autores
Helen Brambila Jorge, José Antonio de Oliveira Júnior, Felippe Antônio Góes Scorsioni, Igor Antonio Spilka, Marcel Depieri Andrade, Adrielle Andrade Pugas, Paulo Gardenal Teles, Rodrigo Tavore Strasser