Dados do Trabalho
TÍTULO
ADRENALECTOMIA DE CARCINOMA ADRENOCORTICAL COM HEMORRAGIA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Tumores adrenocorticais são pouco frequentes, incide cerca de 3% na população acima dos 50 anos. É mais frequente os benignos, enquanto os malignos são raros; o carcinoma adrenocortical (CAC) incide 1,5 caso para cada milhão de habitantes, com apresentação variável e prognóstico desfavorável.
Aproximadamente 75% dos tumores são funcionantes e se apresentam com manifestações resultantes da hipersecreção hormonal. Os demais, podem ser diagnosticados casualmente por exames de imagem, como incidentalomas adrenais, por efeito de massa do tumor ou pela presença de metástases à distância. Dos carcinomas adrenais funcionantes, 45% secretam cortisol, 45% cortisol e andrógenos, enquanto, 10% apenas produzem andrógenos.
RELATO DE CASO
Relato de caso: T.F.S, sexo feminino, 25 anos, admitida com dor abdominal de forte intensidade há 3 horas, localizada em hipocôndrio e flanco esquerdo associado à náuseas e vômitos. Ao exame físico apresentava abdomen doloroso à palpação difusa, com massa palpável em hipocôndrio esquerdo. Exames de imagem evidenciaram volumosa massa em retroperitônio acometendo glândula suprarrenal esquerda estendendo-se até flanco esquerdo com 213 cm3 de tamanho.
No intraoperatório evidenciou-se lesão expansiva em retroperitônio esquerdo, desde baço até o fundo de saco, com necrose e perfuração do tumor, desviando de pâncreas, aderida ao colón transverso, baço e ao rim esquerdo; hematoma em todo retroperitônio bilateral e ausência de implantes peritoneais.
Após ressecção cirúrgica, com preservação do rim e cólon transverso, peça foi enviada para anatomopatológico e imuno-histoquímico que a descreveu como neoplasia epitelial pleomorfa com extensa necrose e hemorragia, intimamente associada a suprarrenal esquerda. Paciente evoluiu bem, recebeu dieta no primeiro pôs operatório e alta no quinto, mantendo seguimento ambulatorial.
DISCUSSÃO
A ressecção cirúrgica completa é a única terapêutica que pode curar ou prolongar a sobrevida de forma significante, particularmente, se a doença é detectada nos estadios I e II.
A adrenalectomia aberta continua a ser a operação de escolha para o CAC com invasão de órgãos adjacentes, linfonodos regionais aumentados ou tumores com tamanho maior do que 10–12 cm, A adrenalectomia laparoscópica para CAC deve ser realizada apenas em pacientes incluídos em estudos prospectivos adequadamente planejados, devido à alta taxa de recorrência local em revisão de literatura.
A avaliação imuno-histoquímico pode ter importância na diferenciação entre lesões adrenais e extra-adrenais que apresentem achados morfológicos semelhantes como o feocromocitoma, paraganglioma, carcinomas renais, hepatocelulares e tumores metastáticos.
Neste estudo evidenciamos uma extensa massa abdominal associado a necrose e hemorragia, foi optado por cirurgia convencional com ressecção completa da lesão e preservação de estruturas próximas, como já demonstrado na literatura.
Área
UROLOGIA
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente - São Paulo - Brasil
Autores
Helen Brambila Jorge, Felippe Antônio Góes Scorsioni, Igor Antonio Spilka, Marcel Depieri Andrade, Adrielle Andrade Pugas, Paulo Gardenal Teles, Rodrigo Tavore Strasser