Dados do Trabalho


TÍTULO

DESVIO DE TRANSITO INTESTINAL POR COLOSTOMIA EM PACIENTE COM QUEIMADURA EM REGIAO PERINEAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Queimaduras em região perineal e glútea representam um desafio na prática médica, uma vez que são áreas mais expostas ao contato com as fezes e, consequentemente, apresentam um risco maior de contaminação. Além disso, queimaduras perineais podem provocar escapes fecais, contribuindo para um aumento de infecções, perda de enxerto, sepse e infecções urinárias. Assim, estratégias de desvio das fezes da área queimada devem ser prioridades no tratamento, a fim de um evitar complicações infecciosas e reduzir a mortalidade nesses pacientes. O objetivo deste trabalho é relatar o manejo de queimadura perineal através do uso profilático de colostomia, como uma forma de desvio intestinal.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, branca, 22 anos, foi encaminhada para a Unidade de Queimados, quatro horas após sofrer queimaduras térmicas de 3° grau em região glútea e região posterior dos membros inferiores ao ficar acidentalmente presa dentro de forno elétrico industrial, enquanto realizava sua limpeza. Ao exame físico, apresentava-se estável, afebril, com pupilas isocóricas e fotorreagentes, Glasgow 15, sem déficit focais e presença de equimoses e escoriações em abdome superior. Foi conduzida diretamente para balneoterapia, com a abertura dos curativos pré-existentes do atendimento inicial, para o mapeamento das áreas queimadas e banho com água corrente e clorexidina 2%. Apresentava 17,5% da superfície corporal queimada, a partir da tabela de Lund e Browder, com acometimento de 3° grau em períneo, face interna da coxa esquerda e face interna e lateral de ambas as pernas. Foram feitos curativos com sulfadiazina de prata nas áreas atingidas e na região do períneo acrescentada pomada de neomicina. Durante a internação, para prevenir o contato com fezes líquidas na região do períneo, foi colocada uma sonda retal; porém com a evolução da paciente para um quadro de constipação e risco de possível escape de fezes, optou-se pelo desvio intestinal profilático por colostomia. Ao longo da internação, paciente foi submetida a diversos desbridamento e enxertia nas áreas atingidas.

DISCUSSÃO

Devido à proximidade com a região anal, as queimaduras perineais apresentam um risco maior de infecção local e sepse. Assim, para minimizar as complicações que envolvem essa área e obter melhores resultados terapêuticos, deve-se ter como prioridade o desvio das fezes nesses pacientes. O uso profilático e temporário de colostomia, em queimaduras de 3° grau na região perineal, mostra-se necessária para diminuir os riscos de contaminação local e prevenir desfechos desfavoráveis no paciente em tratamento.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Hospital Cristo Redentor - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

CAMILA SARAIVA ALMEIDA, RAFAEL ANDRES, CARLA BASTOS DA COSTA ALMEIDA, MARIA DA GRAÇA FIGUEIRA COSTA