Dados do Trabalho
TÍTULO
AS VANTAGENS E AS LIMITAÇOES DA ABORDAGEM ENDOSCOPICA ENDONASAL PARA RESSECÇAO DE ADENOMAS HIPOFISARIOS: REVISAO SISTEMATICA DE LITERATURA E SERIE DE CASOS
OBJETIVO
Evidenciar as vantagens e as limitações da abordagem endoscópica endonasal transesfenoidal em casos de macroadenomas hipofisários não-funcionantes.
MÉTODO
O trabalho foi estruturado como uma revisão sistemática de literatura, em que foram utilizados artigos científicos de bases de dado como Scielo e PubMed, e uma série de 23 casos consecutivos de macroadenoma hipofisário não-funcionante submetidos, entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2017, a abordagem endoscópica endonasal transesfenoidal pela mesma equipe cirúrgica. Foram analisados sintomas pré e pós-operatórios, tamanho pré-operatório do tumor (classificado pelo maior diâmetro em ≥ 1 e < 3 cm ou ≥ 3 cm) e grau de ressecção cirúrgica, a qual foi classificada em total ou subtotal (≥ 90%) e parcial (< 90%).
RESULTADOS
Na revisão de literatura, foi constatado que a abordagem endoscópica permite remoção de tumores mais completa e com menores taxas de complicações em comparação a outras abordagens, como transcraniana, sublabial e transesfenoidal microcirúrgica. Entretanto, a abordagem endoscópica apresenta taxas similares às da microcirurgia nas complicações intra-operatórias relativas a remoção do tumor, por exemplo fístula liquórica. Quanto às manifestações clínicas pré-operatórias no estudo dos casos, 86.9% dos pacientes apresentou cefaleia e/ou déficit visual. No pós-operatório, a taxa de remissão dos sintomas visuais foi de 60%, sendo que 75% destes pacientes foram submetidos a ressecção total ou subtotal. Entretanto, os 5 pacientes que apresentaram insuficiência hipofisária no pré-operatório, não obtiveram melhora após a ressecção tumoral. A média, na literatura, da taxa de remissão dos sintomas visuais foi de 80%. Em relação às características tumorais, 74% dos pacientes apresentaram macroadenomas grandes ou gigantes (MGG), ou seja, tumores ≥ 3 cm, e a invasão do seio cavernoso (ISC) ocorreu em 43.5% dos casos. Em todos os casos de ISC, os pacientes apresentavam MGG, sendo que 58.8% dos pacientes com tumor ≥ 3 cm apresentou ISC. Apesar de ser um fator significante para invasão, o tamanho não influencia de forma significativa no número de fístula liquórica (FL) intra-operatória, visto que ocorreu em 21.7% do número total de pacientes. Na literatura, são relatadas taxas de FL de 1,2% a 16.7%, e esta condição está associada a extensão suprasselar. As complicações pós-operatórias mais presentes foram diabetes insipidus transitório (26%), nova insuficiência hipofisária e epistaxe, cada uma em 8.6% dos pacientes.
CONCLUSÕES
Apesar do tamanho do tumor influenciar na ocorrência de ISC, e esta influenciar no grau de ressecção tumoral e, consequentemente, na melhora dos sintomas, a abordagem endoscópica transesfenoidal endonasal para ressecção de adenomas hipofisários é considerada, uma vez comparada às outras abordagens, segura devido ao menor número de complicações no pós-operatório, e eficiente, visto que apresenta elevadas taxas de melhora dos sintomas e maior grau de ressecção tumoral.
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil
Autores
Matheus Pedrosa Tavares, Rafaela da Silva Schottz, Pedro Paulo de Matos, Michaela Longoni Manfroi, Mariany de Oliveira Gomes, Uanda Beatriz Pereira Salgado, Daniele Martins Afonso, Oswaldo Ribeiro Marquez Neto