TÍTULO

GIGANTOMASTIA GESTACIONAL UNILATERAL SECUNDARIA A HIPERPLASIA LOBULAR DA GESTAÇAO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Gigantomastia gestacional é condição rara na gravidez caracterizada por hipertrofia das mamas, geralmente bilateral. Raros casos são unilaterais e podem persistir após a gestação.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 21 anos, na 24ª semana gestacional, apresentou crescimento rápido da mama direita, associado a peau d´ orange e sinais flogísticos. À ultrassonografia, a mama direita media cerca de 20 cm no maior diâmetro, com aspecto irregular e heterogêneo, pequenas coleções homogêneas anecóicas laminares em quadrantes laterais e aumento discreto e difuso da vascularização ao Doppler. À Ressonância Magnética, a mama direita apresentava hipersinal em T2 e STIR, sem áreas de restrição à difusão, lesões focais ou acometimento da parede torácica subjacente. Indicou-se core-biopsy cujo diagnóstico foi hiperplasia lobular gestacional, sem atipias. A paciente evoluiu com crescimento mamário expressivo, com áreas de necrose da pele no quadrante superior externo. Foi submetida a mastectomia simples na 32ª semana gestacional, com boa evolução. A mama pesou 2626g e mediu 22x21x8,5cm. Aos cortes, observou-se aspecto lobulado e acinzentado. A microscopia mostrou lóbulos aumentados com alterações secretórias lactacionais e secreção intraluminal. O estroma era edemaciado, com áreas mucóides. A paciente foi submetida a cesariana na 39ª semana gestacional e está em aleitamento materno exclusivo pela mama contralateral. .

DISCUSSÃO

Gigantomastia gestacional não tem etiologia e fatores de risco bem estabelecidos. Neste caso, de acometimento unilateral, fatores locais, como maior sensibilidade dos receptores hormonais, parecem estar envolvidos. São diagnósticos diferenciais: mastite infecciosa, hipertrofia mamária juvenil, sarcoma primário ou metastático, tumor phyllodes e carcinoma inflamatório. A indicação de mastectomia neste caso foi devida ao volume excessivo e necrose parcial da pele. O tratamento pode ser conservador, medicamentoso ou cirúrgico com mamoplastia redutora ou mastectomia. Este caso ilustra o curso clínico-patológico de uma entidade rara, que se apresentou de forma ainda mais incomum, unilateralmente. O diagnóstico patológico foi importante para guiar o tratamento e permitiu afastar outras doenças que entraram no diagnóstico clínico diferencial incluindo mastite infecciosa, sarcoma primário ou metastático, tumor phyllodes e carcinoma inflamatório.