Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO CIRURGICO DE CISTO DO COLEDOCO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Má formações de colédoco são anormalidades congênitas raras, que são diagnosticadas através de imagem evidenciando dilatação anormal do trato biliar, na falta de quadro obstrutivo agudo. A incidência é desconhecida, porém, possui incidência menor que Atresia de vias biliares. Possui maior predominância no sexo feminino (4:1), e maior na população asiática. O diagnóstico ocorre na maioria das vezes antes dos dez anos, 20 a 25% depois dos 29 anos e 8% aos 40 anos. Icterícia, dor e massa palpável é descrita em 13 a 68% dos casos. A classificação mais utilizada é a de Todani et, al, que distingue as variantes: Tipo I (dilatação fusiforme do colédoco); tipo II (divertículo do colédoco); III (coledococele); IVa e IVb (associação intra-hepático, extra-hepático ou intra-hepático e coledococele) e tipo V (doença de Caroli). O risco de malignização a longo prazo é bem conhecido, geralmente relacionado a inflamação recorrente por colangite, formação de cálculos, refluxo de secreção biliar e pancreática, entre outros. O tratamento é cirúrgico e se baseia na remoção completado cisto seguida de derivação bilio-digestiva, com alta taxa de sucesso segundo estudos (86%). Há ainda a necessidade de confirmação anatomopatológica. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de uma paciente com diagnóstico de cisto de colédoco e sua condução.

RELATO DE CASO

LPS, sexo feminino, estudante, 17 anos, proveniente de Pará de Minas – MG/ Brasil, com início há cerca de 4 anos de dor abdominal, tipo cólica, difusa em abdome superior, náuseas, vômitos episódicos, desconforto pior à ingestão de dieta hipercalórica. Refere ainda emagrecimento de cerca de 14 kg em 8 meses. Realizado tratamento empírico para gastrite sem melhora. Seguida de investigação para dores, com exames laboratoriais e de imagem. Exames laboratoriais não evidenciaram anormalidades, porém o ultrassom revelou uma formação cística sugestiva de pseudocistos pancreático. Já a Tomografia computadorizada (TC) de abdome evidenciou formação cística ovalada no hilo hepático no segmento IV, e dilatação de vias biliares intra-hepáticas, com a hipótese de cisto de colédoco tipo IV de Todani, corroborada pela ressonância magnética. Foi então, internada eletivamente para tratamento cirúrgico. Realizado exérese do cisto de colédoco e anastomose biliodigestiva hepaticojejunal em Y de Roux, ato cirúrgico sem intercorrências. Paciente evoluiu em bom estado geral, com anatomopatológico sem evidencias de malignidade.

DISCUSSÃO

O cisto de colédoco é uma entidade rara, e seu diagnóstico é retardado devido a presença de sintomas inespecíficos, e necessidade de investigação com exames de imagem de alto custo, que podem ser necessários para melhor estudo da relação anatômica do cisto, bem como metástases em caso de câncer. Possui importância por se tratar de uma entidade com risco de malignização e com possibilidade de tratamento cirúrgico, o qual possui uma alta taxa de sucesso.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Santa Casa Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Ana Luisa Barros Oliveira, Ana Carolina Martins Faria de Abreu, Huberth Andre Vieira Zuba, Rodrigo Caldas Trindade, Rodrigo Nankran, Marcelo Polastri Ferreira Gomes, Michael Giovanni Almeida