Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO ABORDANDO INEFICACIA DE CPRE PARA TRATAMENTO DE COLEDOCOLITIASE

INTRODUÇÃO

Cerca de 8 a 20% dos pacientes com colelitíase evoluem com coledocolitíase. A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é o padrão-ouro para diagnóstico e terapêutica da coledocolitíase. Apresentamos um caso em que não obtivemos sucesso mesmo após segunda CPRE, sendo necessárias coledocostomia e coledocolitotomia.

RELATO DE CASO

M.P.D, 49 anos, portadora de colelitíase há dez anos, admitida com quadro de dor em hipocôndrio direito, do tipo cólica, com irradiação para dorso, associada a icterícia, acolia fecal e colúria. Apresentava alterações laboratoriais sugestivas de síndrome colestática, com aumento importante de bilirrubina direta, fosfatase alcalina e Gama GT. Solicitou-se colangioressonância (CRNM) que evidenciou colelitíase, com dilatação de vias biliares intra-hepáticas e do ducto colédoco, este último medindo 10 mm, sem fator obstrutivo evidente. Durante internação, paciente evolui com colangite permanecendo internada para estabilização clínica com antibioticoterapia, enquanto aguardava marcação de CPRE (duodenoscopia) para melhor elucidação diagnóstica e terapêutica. Realizado nova CRNM demonstrando colecistopatia calculosa, sem sinais de colecistite, além de coledocolitíase levando a dilatação das vias intra e extra-hepáticas a montante. Procedeu-se com CPRE, sendo realizado papilotomia endoscópica, indicando dois cálculos em colédoco (ambos com cerca de 2 cm), sendo necessário passagem de prótese biliar e drenagem de secreção purulenta. Paciente permaneceu com a prótese por oito semanas, apresentando satisfatória evolução clínica, com alta médica e retorno posterior. Transcorrido prazo estipulado, paciente é readmitida para retirada de prótese através de nova CPRE, que evidenciou permanência dos dois cálculos no colédoco e não sendo possível apreensão de cálculos por cesta extratora, mantendo prótese e encaminhada para realização de coledocostomia. Após três dias da última CPRE, a paciente foi abordada cirurgicamente para realização de colecistectomia, coledocostomia e coledocolitotomia com drenagem biliar e cavitária, procedendo sem intercorrências. Progrediu com pós-operatório favorável, evoluindo com melhora significativa, sem novas queixas colestáticas, recebendo alta médica no 8º DPO e posterior acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

A CPRE atinge sucesso em 75% na primeira utilização e 90% na repetição da técnica. Apesar disso, mesmo com dois procedimentos não foi possível solucionar o presente caso. Procedeu-se então a exploração da via biliar com utilização de dreno de Kehr. Tal procedimento era utilizado antes da CPRE tornar-se mais acessível. Atualmente só é utilizado em casos de falha do padrão-ouro.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital Regional do Gama - Distrito Federal - Brasil

Autores

Mario Sales Neves Carmo Filho, Katherine Hodara Cristino Viana, Simone Godoy Moreira Santos, Brener Rafael Nascimento, Reginatto Reginatto, Fernanda Araújo Sá Teles, Maria Carolina Oliveira, Daniella Silva Mena