Dados do Trabalho
TÍTULO
COMPARAÇAO DA MORTALIDADE DO TRATAMENTO CIRURGICO PARA ANEURISMAS DE CIRCULAÇAO CEREBRAL ANTERIOR E POSTERIOR NO BRASIL NOS ULTIMOS 5 ANOS
OBJETIVO
Os aneurismas intracranianos caracterizam-se por uma dilatação localizada e anormal produzida por defeitos adquiridos ou congênitos na parede das artérias cerebrais. Situadas geralmente no polígono arterial de Wills, a sua ruptura ocorre mais comumente entre os 30 e 60 anos de idade, e costuma necessitar tratamento cirúrgico. O estudo objetiva comparar a taxa de mortalidade do tratamento cirúrgico nos aneurismas de circulação anterior com os de circulação posterior.
MÉTODO
Coleta observacional, descritiva e transversal dos dados disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – de Janeiro/2014 a Outubro/2018, avaliando número de internações, de óbitos, taxa de mortalidade, distribuição geográfica dos casos, dentre outras variáveis.
RESULTADOS
No período analisado, registrou-se 4.898 microcirurgias para correção de aneurismas de circulação cerebral, cuja maioria (52,4%) foi realizada nos estados da região Sudeste. Delas, 84,3% objetivaram corrigir a circulação cerebral anterior, enquanto 15,7% corrigiram a circulação cerebral posterior. No território brasileiro, realizou-se 4.133 internações para correções da circulação cerebral anterior, das quais 469 (11,3%) causaram óbito do paciente, gerando uma taxa de mortalidade de 11,35 a cada 1.000 procedimentos/ano. Do número total de procedimentos, 1.705 envolveram aneurismas maiores que 1,5 cm e 2.428 aneurismas menores que 1,5 cm. A taxa de mortalidade foi maior na correção dos aneurismas maiores (13,20 contra 10,05 a cada 1.000 procedimentos/ano). Já as microcirurgias para correção de aneurismas de circulação cerebral posterior corresponderam a 765 internações no período, dos quais 90 (11,7%) resultaram em óbito, originando uma taxa de mortalidade de 11,76 a cada 1.000 casos/ano. 344 dos procedimentos foram realizados em pacientes com aneurismas maiores que 1,5cm, enquanto 421 em pacientes com aneurismas menores que 1,5cm. O número de óbitos foi igual nos dois grupos (45 óbitos em cada), gerando maior taxa de mortalidade no grupo com menor amostra: 13,8 nos aneurismas maiores e 10,69 nos aneurismas menores.
CONCLUSÕES
Sendo assim, de acordo com a análise dos dados, conclui-se que a manutenção cirúrgica da circulação cerebral anterior apresenta menor taxa de mortalidade ao ser comparado com a da circulação cerebral posterior, ainda que o número de internações seja cerca de 5 vezes maior em relação ao mesmo grupo. Além disso, a taxa de mortalidade foi maior nos aneurismas de maior tamanho, tanto na circulação anterior quanto posterior.
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Giovanna Vidal Belo, Beatriz Oliveira, Carolina de Almeida, Bryan Morais, Patrick Lopes, Sarah Lages Coelho, Marina Sá