TÍTULO

CARCINOMA ADENOESCAMOSO DE CECO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O carcinoma adenoescamoso de cólon é um tumor no qual componentes escamosos e glandulares coexistem, e ambos têm potencial de originar metástases. O adenocarcinoma é responsável pela maioria dos tumores malignos originados do cólon, enquanto o carcinoma adenoescamoso é raro, com incidência de 0,025 a 0,2% de todos os tumores malignos do intestino grosso.
A patogênese não é bem definida, existindo muitas teorias para explicar a existência das duas linhagens celulares concomitantes. A localização dos tumores é principalmente em reto e porções distais do cólon, com apresentação clínica e macroscópica semelhante ao adenocarcinoma, porém com menor sobrevida.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 78 anos, com quadro de hematoquezia de moderada monta, com inicio em maio de 2018. Refere ritmo intestinal regular - diário. nega episódios prévios de sangramento. Realizaou colonoscopia que evidenciou lesão protusa e nodular no ceco; além de doença diverticular pancolônica com sinais de sangramento recente; sendo realizado hemotransfusão. Paciente em pré-operatório para colectomia direita. Antigeno carcinoembrionario: 3,6 ng/l; tomografia de abdome e pelve discreto espessamento pariental irregular do ceco e formação ovalada hipodensa subcapsular hepática no seguimento IV. Paciente submetida a colectomia direita e biopsia de lesão hepática, boa evolução pós operatória em uti, recebendo alta para enfermaria comum no terceiro dia de pos operatorio. necessitou de reabordagem por peritonite, no décimo dia de pós operatório, sendo evidenciado deiscência de anastomose. Paciente em estado gravíssimo em uti, em falência de múltiplos órgãos evolui com hipotensão refratária, bradicardia e parada cardiorrespiratória em assistolia, evoluindo para óbito. O anátomo-patológico da peça cirúrgica diagnosticou carcinoma adenoescamoso de ceco confirmando o componente escamoso pela imuno-histoquímica. O nódulo hepático é resultante de implantação secundária.

DISCUSSÃO

O carcinoma adenoescamoso é uma entidade rara; sabe-se que há uma frequência maior em caucasianos. A apresentação clínica e a morfologia patológica macroscópica dos carcinomas adenoescamosos são semelhantes às do adenocarcinoma em geral, e o diagnóstico é feito por confirmação histopatológica. A etiologia permanece obscura, porém quatro hipóteses foram propostas: células escamosas ectópicas; a transformação de células basais não comprometidas em células escamosas; metaplasia escamosa do epitélio glandular; e metaplasia escamosa de células de adenocarcinoma. O tratamento consiste na ressecção cirúrgica do tumor. Não se sabe ao certo o prognóstico desses tumores. Embora esteja associado a pior prognóstico que o adenocarcinoma isolado, a detecção precoce e a ressecção cirúrgica radical continuam sendo o tratamento de escolha.