Dados do Trabalho


TÍTULO

AMPULECTOMIA POR ADENOMA DE PAPILA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O adenoma de papila (AP) é uma enfermidade rara (incidência de 0,04-0,12%) diagnosticada principalmente por endoscopia. Apesar de considerada displasia de baixo grau, pode evoluir para adenocarcinoma. Devido à dificuldade de identificação da malignidade pelos métodos pré-operatórios, não há consenso sobre a técnica operatória de escolha. Relata-se um caso de AP abordado pela via laparotômica.

RELATO DE CASO

MSGS, 66 anos, feminino, queixava-se de epigastralgia e disfagia, iniciadas há 30 dias, com piora progressiva, porém sem alterações ao exame físico. A videoduodenoscopia evidenciou lesão vegetante de papila e infundíbulo duodenal, com biopsia positiva para adenoma tubular de baixo grau. Optou-se pela via laparotômica e, após incisão e manobra de Kocher, localizou-se a lesão através de palpação. Procedeu-se com incisão duodenal longitudinal, visualizando-se o tumor em região papilar. Prosseguiu-se com exérese e biopsia por congelação, evidenciando AP. Em seguida, realizou-se papilectomia transduodenal e cateterização individual do ducto de Wirsung e do colédoco; além de colangiografia intraoperatória para confirmação da localização dos cateteres sem extravasamento de contraste. Alta hospitalar no 20º dia de pós-operatório em bom estado geral mantendo dreno túbulo-laminar. O anatomopatológico descreveu adenoma túbulo-viloso com displasia de baixo grau e margens cirúrgicas livres.

DISCUSSÃO

Os AP possuem maior incidência em idosos e são frequentemente assintomáticos, porém podem apresentar sintomas como epigastralgia, vômitos, náuseas e hemorragia. A literatura diverge quanto à via de abordagem: laparotômica versus ressecção endoscópica. Há evidências, ainda limitadas, que sustentam a duodenopancreatectomia a todos os pacientes, pois os AP apresentam alto risco de recorrência e difícil exclusão de malignidade. Outras referem que a excisão local com congelamento perioperatório é apropriada e com baixas taxas de recorrência. O tratamento endoscópico tem indicação em AP pequenos e benignos, porém as taxas de recorrência a longo prazo não estão determinadas. A escolha da técnica de abordagem deve considerar aspectos inerentes ao indivíduo, a questões econômicas e a experiência da equipe cirúrgica visando o sucesso terapêutico e a boa evolução no pós-operatório.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Hospital Santa Maria - Piauí - Brasil

Autores

Marizon da Costa Armstrong Júnior, Izaías Barboza Junior, Elcias Baldoíno Vilarinho, Élson Gomes de Castro, Andressa Ravelli Gomes da Costa, Alexandre Gabriel Silva Rego, Matheus Henrique Lopes Araújo, Caroline Carvalho de Araújo