Dados do Trabalho
TÍTULO
SINDROME DE MEIGS: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A síndrome de Meigs (SM) caracteriza-se pela presença de neoplasia ovariana sólida benigna associado à ascite e/ou à derrame pleural que apresenta resolução espontânea após ressecção tumoral. Ocorre em aproximadamente 1% dos casos de fibroma ovariano e acomete mulheres na 5ª década de vida. Por ser uma síndrome rara, faz-se importante o diagnostico diferencial com tumores malignos do ovário que cursam com quadro clínico semelhante, entretanto com tratamento e prognostico diferentes. Este caso reporta uma SM clássica.
RELATO DE CASO
Indivíduo de 65 anos, sexo feminino, admitida com 1 mês de dispneia e tosse não produtiva. Ao exame físico encontrava-se hipocorada +/4+, murmúrios vesiculares diminuídos em base direita sem ruídos adventícios e massa palpável em hipogástrico. Raio-x de tórax evidenciou derrame pleural. Tomografia computadorizada tóraco-abdominal com contraste apresentou micronódulos pulmonares sólidos bilaterais, ascite de pequeno volume e volumosa formação expansiva mista predominantemente sólida localizada na região pélvica mediana/paramediana direita. Ca-125: 502 U/mL. Procedeu-se toracostomia com drenagem pleural e análise do líquido pleural a qual se mostrou negativa para células neoplásicas. Realizou-se laparotomia exploratória com salpingo-ooforectomia bilateral. A citologia de líquido ascítico mostrou-se negativa para células neoplásicas. O resultado do histopatológico foi de fibroma ovariano em ovário direito. Evoluiu sem complicações e com resolução da ascite, do derrame pleural e do marcador CA-125.
DISCUSSÃO
A síndrome de Meigs ainda tem sua etiologia e sua fisiopatologia pouco conhecidas. Os fibromas ovarianos podem apresentar níveis séricos elevados de CA-125, como no caso descrito acima, o que pode gerar dúvidas em relação à sua benignidade, uma vez que embora o Ca-125 possua baixa especificidade, é de fundamental importância no diagnóstico, pois é expressado pela superfície do omento e peritônio em detrimento da própria superfície tumoral. Além disso, a presença de ascite e derrame pleural também se relaciona a níveis aumentados desse biomarcador. Porém, sabe-se que esse é um marcador inespecífico que pode estar aumentado tanto em malignidades quanto em doenças benignas, sendo necessário estudo tumoral anatomopatológico por congelamento para definir a proposta cirúrgica. A resolução do quadro usualmente ocorre após a exérese tumoral.
Área
GINECOLOGIA
Instituições
Hospital Santa Maria - Piauí - Brasil
Autores
Marizon da Costa Armstrong Júnior, Izaías Barboza Junior, Eid Gonçalves Coelho, João Vilarinho Cavalcante Filho, Élson Gomes de Castro, Caio Victor Almeida Sampaio, Francisco Fernando da Silva Amorim Júnior, Bruna Benigna Sales Armstrong