TÍTULO

CARACTERISTICAS DAS TIREOIDECTOMIAS EM UM HOSPITAL PRIVADO COM RESIDENCIA MEDICA

OBJETIVO

Relacionar os tipos de tireoidectomias a resultado histopatológico benigno (inflamatório ou não inflamatório) e maligno, determinar a distribuição desses tipos e identificar os aspectos sociodemográficos, além dos tipos histológicos prevalentes. Motivado por ausência de dados, no hospital escolhido, sobre reabordagem cirúrgica, bem como necessidade de implantação, no serviço, de um protocolo pré-operatório específico para essa cirurgia.

MÉTODO

Estudo transversal cuja população foi composta por indivíduos submetidos à tireoidectomia, total ou parcial, em um hospital particular com residência médica entre 2016 e 2017. A amostragem foi não probabilística e de conveniência. Os critérios de inclusão foram: a) indivíduos com cirurgias de tireoidectomia registradas nos sistemas do hospital; e b) resultado do histopatológico da cirurgia disponível no sistema do hospital. Os critérios de exclusão foram: a) idade menor que 18; e b) resultado do histopatológico com lesão de outro sítio não tireoidiano. As variáveis foram divididas em sociodemográficas, cirúrgicas e pós-operatórias. Os dados coletados foram tabulados, por dupla entrada, em planilha eletrônica.

RESULTADOS

Os indivíduos do sexo masculino corresponderam a 9,64% da amostra, enquanto 90,36% eram do sexo feminino. A maioria dos pacientes é proveniente do estado do Piauí (56,75%), sendo seguida pelo Maranhão e Pará com 32,51% e 7,99%, respectivamente, e 2,75% correspondem aos demais estados (Tocantins, Amapá, Bahia, Minas Gerais, Amazonas, Distrito Federal e Roraima). Ao todo, 363 indivíduos foram submetidos à tireoidectomia no período avaliado; das quais 76 (20,9%) foram parciais e 287 (79,1%) foram totais. Pôde-se observar que 4,8% (18) de todas as cirurgias foram por doença inflamatória da tireoide, bem como 27,5% (100) por doença maligna, dentre as quais a mais predominante foi o carcinoma papilífero com 87 casos (24%). A análise das variáveis cirúrgicas e pós cirúrgicas envolveu uma análise bivariada e demonstrou existência de associação entre o histopatológico e o tipo de tireoidectomia (p=0,005).

CONCLUSÕES

Os aspectos sociodemográficos ressaltaram a importância do hospital como referência em nível Norte-Nordeste, onde quase metade dos procedimentos foram realizados em indivíduos oriundos de estados diferentes aquele do hospital estudado. Já quanto aos tipos de tireoidectomia, houve associação entre o tipo de cirurgia realizada e o histopatológico obtido (doença benigna e maligna); além disso a prevalência de câncer nas tireoidectomias parciais foi maior do que a da literatura, 14,5% e 4,2%-6,8%, respectivamente. Em relação aos achados do histopatológico, percebe-se uma parcela significativa de doença maligna, pouco mais de ¼ das cirurgias, sendo o carcinoma papilífero o mais comum, em conformidade ao descrito na literatura.