TÍTULO

ABREVIAÇAO DO JEJUM PRE OPERATORIO EM PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA TORACICA EM JARAGUA DO SUL

OBJETIVO

Avaliar aplicação de um protocolo de abreviação de jejum pré operatório em pacientes submetidos à cirurgia torácica em Hospital referência de Jaraguá do Sul, analisar dados referentes ao tempo cirúrgico e alta hospitalar, além do perfil dos pacientes e se houve broncoaspiração no pós operatório imediato.

MÉTODO

Estabelecido Protocolo Clínico de Abreviação do Jejum Pré Operatório pela Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional, que orienta última refeição leve 8 horas antes do procedimento e oferece liquido claro (200ml/dose) enriquecido de carboidrato maltodextrina 12% 6 horas antes e 3 horas antes da cirurgia.
Iniciado o protocolo nos pacientes submetidos à cirurgia torácica. Foram excluídos pacientes nas seguintes situações: cirurgias de urgência e emergência, obesos mórbidos, doença do refluxo gastroesofágico moderado ou grave, obstrução intestinal ou esvaziamento gástrico retardado e pacientes que internaram no mesmo dia da cirurgia sem tempo hábil para suplementação.
Coube aos médicos residentes da Cirurgia Geral, verificar os critérios de exclusão e prescrever a suplementação para cada caso.

RESULTADOS

De Junho 2018 a Janeiro 2019 ocorreram 69 cirurgias torácicas com anestesia geral. Destas, 46 cirurgias foram submetidas ao protocolo: 38 pacientes foram extubados no pós operatório imediato sem relatos de broncoaspiração e 8 não foram extubados de imediato, por orientação do anestesiologista sendo levados intubados à unidade de terapia intensiva.
Dos 23 pacientes que não entraram no protocolo, 21 apresentaram critérios de exclusão do estudo, 1 teve a cirurgia realizada antes da autorização do estudo e 1 não recebeu o suplemento por falta de prescrição.
O tempo médio de cirurgia foi de 3,2 horas, 72% das cirurgias foram em pacientes do sexo masculino e a média de idade foi de 49 anos. Ocorreram 7 óbitos no presente estudo, já no restante dos pacientes, o tempo médio de dias até a alta foi de 10,9 dias após o procedimento cirúrgico.

CONCLUSÕES

O jejum noturno pré-operatório foi instituído quando as técnicas anestésicas ainda eram rudimentares, visando prevenir complicações pulmonares associadas a vômitos e aspirações de conteúdo gástrico. É comum pacientes aguardarem a operação em jejum prolongado, muitas vezes superando 20 horas de jejum para líquidos.
A resposta orgânica ao jejum é agravada com o trauma operatório e lesão tecidual que o segue, desencadeando inúmeros efeitos prejudiciais à recuperação do paciente, como aumento da resistência insulínica, proteólise muscular, lipólise e grande resposta inflamatória sistêmica.
Através deste estudo, pode-se observar que foi possível beneficiar uma boa parcela dos pacientes com a abreviação do jejum, sem complicações imediatas e com boa adesão dos profissionais envolvidos, buscando redução da desnutrição intra hospitalar, rápida recuperação pós-operatória e diminuição de complicações pós cirúrgicas.