Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR DE INTESTINO DELGADO

INTRODUÇÃO

Os tumores do intestino delgado são incomuns já que esse órgão constitui 80% do comprimento e 90% da superfície mucosa digestiva e contribui com apenas 3% a 6% dos tumores gastrointestinais. Normalmente esses tumores benignos são assintomáticos; quando sintomáticos, apresentam-se de maneira insidiosa e inespecífica e frequentemente cursam com dor abdominal devido a obstrução intestinal incompleta e intermitente, ou sangramento gastrointestinal. Quanto à localização, os tumores benignos parecem aumentar em frequência no sentido do duodeno ao íleo. O tratamento das neoplasias benignas consiste na ressecção do segmento envolvido, sendo aconselhável uma ressecção intestinal ampliada caso exista dúvida no diagnóstico histopatológico.

RELATO DE CASO

J.R.S., masculino, 75 anos, com múltiplas comorbidades e sequelas de AVE prévio, foi trazido pelo SAMU devido a dor abdominal difusa associada a episódios de vômitos, tendo diagnóstico de hérnia inguinal direita (encarcerada?). Em exames pré-operatórios foi constada hemoglobina baixa. Foi realizada TC de abdome, que evidenciou lesão expansiva, heterogênia, de centro necrótico em mesentério medindo 8,9x5,7x6,3cm e apresentando acentuada vascularização. O paciente foi submetido à videolaparoscopia diagnóstica com achado de tumoração hipervascularizada em mesentério, a 4 cm do Treitz, que foi convertida em laparotomia exploradora (LE) devido sangramento moderado do tumor com realização de enterectomia de aproximadamente 8 cm de delgado, com retirada da tumoração e anastomose término-terminal. Teve alta e retornou após 5 meses com quadro de oclusão intestinal sem melhora após medidas clínicas, associado a dor e distensão abdominal importante e com radiografia de abdome evidenciando distensão de cólon com ausência de fezes em ampola retal. Foi então submetido a LE, com achado de secreção purulenta em cavidade abdominal e aderências em íleo terminal. Foram então desfeitas as aderências de delgado, coletado líquido para cultura, investigado todo intestino delgado, cólon e reto, sem sinais de perfuração, isquemia ou tumoração e feita lavagem completa da cavidade sem intercorrências. No 7° DPO paciente apresentou saída de maior quantidade de secreção serohemática e epíplon pela ferida operatória, sugestivo de evisceração, sendo realizada nova LE para ressíntese de aponeurose sem intercorrências. Paciente seguiu estável até a alta hospitalar. Retornou após 4 dias, sem uso de medicações prescritas com evisceração evidenciada. Foi submetido então a nova ressíntese de aponeurose, sem intercorrências durante o procedimento. Durante a internação evoluiu bem no pós-operatório e recebeu alta hospitalar com orientações e retorno ambulatorial programado.

DISCUSSÃO

Temos um caso de tumor benigno de intestino delgado, que foi submetido a tratamento cirúrgico de enterectomia bem sucedida e evoluiu com diversas complicações abdominais tardias, necessitando de novas intervenções cirúrgicas.

Área

INTESTINO DELGADO

Instituições

UniCEUB - Distrito Federal - Brasil

Autores

Wendel dos Santos Furtado, Sérgio Luiz Melo Araújo, Mateus Gonçalves Gomes, Marcela Canavarro Darce, Luis Feliphe Salles Cavalcante, Cássio Silva Coelho, Mariana França Bandeira de Melo, Ângelo Santana Guerra