Dados do Trabalho


TÍTULO

Litíase Renal Coraliforme: Um Relato de Caso

INTRODUÇÃO

A litíase urinária é uma das doenças mais comuns da sociedade moderna, com sua prevalência variando entre 1 a 15% de acordo com a idade, raça, sexo e localização geográfica. A doença não tratada traz complicações em aproximadamente 80% dos casos em 6 anos e a evolução clínica do paciente pode culminar com a perda da função do rim acometido, seja por infecção, obstrução ou redução da taxa de filtração glomerular.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 60 anos, caucasiano, foi admitido no serviço de emergência do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, com dor de forte intensidade em região lombar direita, acomoanhada de polaciúria e febre nos últimos dias. Referia episódios anteriores semelhantes. Como antecedentes pessoais relatava hipertensão arterial sistêmica e insuficiência renal crônica não dialítica , controladas com medicamentos.
Ao exame físico da entrada apresentava um abdômem levemente doloroso á palpação profunda na região de flanco direito, e uma massa palpável na mesma região. O sinal de Giordano foi positivo à direita e negativo à esquerda. Os demais aparelhos não apresentavam alterações ao exame físico. Os exames laboratoriais : creatinina de 3,0 mg/dl (clearence de creatinina: 35). A análise urinária apresentava: leucocitúria importante e hemácias: >1.000.000/mm3,.
Iniciou-se antibioticoterapia e foi solicitada uma Ultrassonografia (USG) de vias urinárias, que evidenciou: rim direito de dimensões aumentadas, com áreas de afilamento de parênquima em polo superior e nefrolitíase a direita sendo o maior em pelve renal com cerca de 3,5cm em sua maior dimensão com acentuada hidronefrose à direita. Rim esquerdo com dimensões reduzidas com múltiplos cálculos em seu interior. A tomografia confirmou os achados do USG e o cateter duplo jota encontrava-se bem locado. Optou-se por uma conduta cirúrgica. O paciente foi submetido à uma pielolitotomia e nefrolitotomia abertas à direita. Por incisão subcostal direita, via retroperitoneal. Dissecado todo o rim porém pela dificuldade anatômica do rim optado por não abordar a pelve renal (Pielolitotomia) e sim abordagem do cálculo da pelve através do polo superior do rim. Realizado incisão do parênquima renal e retirados dois cálculos renais, um menor com cerca de 1cm de diâmetro, e outro coraliforme com cerca de 4cm em sua maior dimensão.

DISCUSSÃO

A litíase urinária é uma afecção comum, acometendo cerca de 3 em cada 100 pessoas. Acomete, em países desenvolvidos, mais homens adultos, por volta da quarta à sexta década de vida, como o relatado no caso acima. Quanto à composição, a urolitíase mais comum é a que apresenta o cálcio, seguida pelo cálculo de estruvita, que corresponde a cerca de 75% dos coraliformes. E esses cálculos coraliformes podem comprometer a função renal devido a um fenômeno obstrutivo e infeccioso, uma patologia que, se não for tratada efetivamente, leva a danos renais e progressivos e irreversíveis, demonstrando a importância cirúrgica do caso.

Área

UROLOGIA

Instituições

PUCSP - São Paulo - Brasil

Autores

Mariana Fidelis Solla, Raphael de Souza Sanches, Matheus Zeraiki Lima Del Debbio Zaroni, Daniel Ilias, Julio Pereira Costa Júnior, Eduardo Miolo De Carvalho, Diogo Vicentainer da Silva, Marcelo Mai Jurado