Dados do Trabalho


TÍTULO

PANCREATOGASTROANASTOMOSE COMO OPÇAO CIRURGICA DE REABORDAGEM EM COMPLICAÇOES FISTULOSAS DE CIRURGIA DE WHIPPLE.

INTRODUÇÃO

O Adenocarcinoma Ductal de cabeça de pâncreas consiste na 4° causa de morte pelo câncer em todo mundo [1]. O Diagnóstico é comumente realizado em adultos acima de 40 anos, com prevalência para os acima de 70 anos e com sobrevida estimada de 5 anos para 8% dos portadores nos EUA [2]. Para tal neoplasia a cirurgia melhor indicada como método curativo é a cirurgia de Whipple [3]. Cirurgia que apresenta em centros especializados mortalidade inferior a 2% e morbidade entre 10% e 15% [4].

RELATO DE CASO

Paciente ASM, masculino, 53 anos, portador de neoplasia de porção cefálica do pâncreas, submetido em março de 2015 a cirurgia de Whipple, linfadenectomia retroperitôneal padrão com reconstrução, preservando piloro em dupla alça. Lesão volumosa, 4 cm x 3 cm em TC contrastada, que também demonstrou variação vascular da artéria hepática direita com origem direta na artéria mesentérica superior. Paciente em pós-operatório (PO) imediato com boa evolução clínica. Desenvolveu fístula pancreática grau A, documentada mediante elevação de amilase em líquido do dreno, aferida em 5° dia de PO. No 8° dia de PO, paciente evolui de forma aguda, com sangramento “vivo” vultuoso por ambos drenos abdominais. Submetido a laparotomia de emergência, que evidenciou hemoperitôneo maciço, deiscência parcial da pancreatojejunoanastomose e sangramento ativo na topografia da artéria gastroduodenal. Realizado rafia simples do vaso. Mediante cenário de instabilidade hemodinâmica, realizada anastomose pancreatogastrica, plano único em parede gástrica posterior. 72 horas de PO, nova queda de estado geral. O exame de TC de abdome e pelve evidenciou fígado com imagens hipodensas, contornos irregulares, comprometendo em especial segmentos III, IVb, conteúdo gasoso em topografia da hepática esquerda com aspecto de embolia gasosa. No contraste endovenoso, fluxo arterial livre em hepática direita atípica, não visto em hepática própria/hepática esquerda, logo após a região da rafia. Após tentativa falha de drenagem percutânea guiada, paciente conduzido a nova laparotomia exploradora, evidenciando necrose hepática em território de irrigação da hepática esquerda. Território hepático direito com aspecto habitual. Feito drenagem de abscesso hepático/sub-hepático e desbridamento de necrose tecidual. Seguimento a 3 anos sem sequelas.

DISCUSSÃO

O paciente apresentou complicações como fístula pancreática complicada com sangramento, sendo essas descritas para tal cirurgia [5]. A principal consiste na fistula pancreática [1], em porcentagem de 44,7% dentre as encontradas. A reabordagem por meio de pancreatogastroanastomose é a forma mais eficiente em reduzir a incidência das fístulas, devido a excelência de suplemento sanguíneo do tecido gástrico e da espessura maior da parede gástrica [1].A variação vascular apresentada, é uma das mais comumente encontradas[6], relatada entre 10% a 15 % de prevalência [7]. Sendo essa, responsável pela conservação da função hepática direita do órgão, não levando a uma falência total do mesmo

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Unifaminas - Minas Gerais - Brasil

Autores

Cícero Fava Borges, Gilberto da Silva carvalho, Daniel Alves do Nascimento Teixeira, Adrielle Mazalotti Calza, Leandro Siqueira Correa, Dr Edson Augusto Pracchia Ribeiro