Dados do Trabalho


TÍTULO

MELANOMA OCULAR METASTATICO PARA LINFONODO INGUINAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O melanoma é o tipo histológico menos comum entre as neoplasias malignas de pele, chegando a 96.000 casos/ano nos Estados Unidos, porém, é o que está associado a maior taxa de mortalidade, com cerca de 9.000 mortes.
Melanoma também é a neoplasia ocular mais comum, e muitas vezes, possui prognóstico ruim, visto a demora em realizar seu diagnóstico.
Neste artigo iremos relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de melanoma ocular em história pregressa distante, tratado cirurgicamente, e apresentou metástase em linfonodo inguinal esquerdo 20 anos após procedimento inicial.

RELATO DE CASO

I. F. L, 64 anos, sexo feminino, com queixa de dor e nódulo em região inguinal esquerda há 4 meses. Sem comorbidades, de antecedentes pessoais, refere melanoma ocular há 20 anos. Ao exame físico apresentava em região inguinal esquerda massa sólida, de 5 cm, superfície lisa, aderida a planos profundos sem sinais flogístico. Foi realizada ultrassonografia da região inguinal esquerda que evidenciou formação sólida expansiva e vascularizada de 9,6 X 6,7 X 5,6 centímetros (Imagem 1).
Realizado exérese total da lesão (Imagem 2), que estava aderida a planos profundos e a veia femoral, sendo ressecado e realizada a sutura primária do vaso. Encaminhado à peça para análise anatomopatológica, que identificou melanoma maligno metastático em linfonodo inguinal, confirmado por imunohistoquímica.

DISCUSSÃO

Melanoma é uma neoplasia agressiva dos melanócitos que são localizados principalmente na pele, porém estão presentes em orelhas, olhos, trato gastrointestinal, mucosas orais, genitais e meninges. Apesar de ser a neoplasia de pele menos frequente, relaciona com a taxa mais alta de mortalidade [4].
Melanoma ocular é o principal tipo histológico de câncer que afeta o olho no mundo. Aproximadamente 95% tem origem na uvea (íris, corpo ciliar e coroide), enquanto apenas 5% tem origem na conjuntiva [5]. Ele é o segundo sítio mais comum depois do cutâneo. Como no caso da nossa paciente, que apresentou inicialmente melanoma ocular, no qual não recebeu o devido seguimento.
O estadiamento do melanoma ocular, o status linfonodal também fornece importantes informações do prognóstico do paciente, inclusive, biópsia de linfonodo sentinela é uma forma menos invasiva de identificar infiltração linfonodal, do que linfadenectomia [3].
As metástases mais comuns de melanoma uveal, pela baixa drenagem linfática, raramente produz metástase linfonodal, e sim hematogênica, enquanto o conjuntival produz metástase linfática [1].
O tratamento varia conforme o estadiamento da lesão. Pacientes com sinais de doença metastática devem passar por exames de imagem, inclusos ressonância magnética de crânio, PET-Scan, Tomografia computadorizada de abdome total e tórax. A quimioterapia mais utilizada e aprovada pela FDA é a dacarbazina [2]. Como no caso relatado, a paciente com melanoma ocular há 20 anos, que por via linfática desenvolveu metástase linfonodal, a exérese total da lesão é o melhor tratamento, seguido de quimioterapia.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

HOSPITAL REGIONAL PRESIDENTE PRUDENTE - São Paulo - Brasil

Autores

HELEN BRAMBILA JORGE, IGOR ANTONIO SPILKA, FELIPE ANTONIO GOES SCORSIONI, MARCEL DEPIERI ANDRADRE, ADRIELLE ANDRADE PUGAS, PAULO GARDENAL TELES