Dados do Trabalho


TÍTULO

A IMPORTANCIA DA DETECÇAO PRECOCE DO MEGACOLON A FIM DE DIMINUIR SUAS COMPLICAÇOES

INTRODUÇÃO

Megacólon é a dilatação anormal do cólon intestinal decorrente de alteração nas células ganglionares dos plexos mioentéricos, de Meissner e de Auerbach na forma adquirida, a qual gera incoordenação motora do cólon com inércia funcional, causando alteração da motilidade e interferindo no funcionamento do trânsito intestinal. Prevalecem os casos com etiologia idiopática. Possui alta incidência na América Latina, acometendo mais o sexo masculino na proporção 3:2, comumente entre 3ª e 5ª décadas de vida. Sua relevância científica está na alta frequência no nosso meio e abordagem na urgência pelas complicações.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 19 anos, admitido no Hospital General Edson Ramalho com história de megacolon idiopático, que não soubemos referenciar o tempo estimado de evolução da doença. O mesmo queixava-se de dores abdominais difusas há dois meses de moderada intensidade, que evoluiu para dores intensas e constipação severa. Ao exame: consciente, orientado, pouco cooperativo, afebril, hipocorado ++/4, emagrecido, eupneico. MV em ambos hemitórax, sem ruídos adventícios, FR=20 Irpm, RCR em 2T, BNF, sem sopros, FC 108 BPM, abdome distendido, doloroso a palpação superficial e profunda difusa, RHA intensos e metálicos, presença de fezes na ampola retal. Após realização de Tc de abdome foi evidenciada distensão difusa dos cólons, contendo grande quantidade de resíduo fecal (coproestase difusa), notadamente no reto, demais órgãos sem alterações. O paciente apresentou quadros recorrentes de suboclusões intestinais que não melhoravam com tratamentos clínicos conservadores. Os preparos mecânicos para realização de uma colonoscopia sempre foram inadequados devidos aos fecalomas, vômitos, distensão e dor abdominal. Foi submetido à colectomia esquerda + reto transverso anastomose latero-lateral sem intercorrências, o anatopatológico evidenciou segmentos exibindo congestão vascular, áreas de hemorragia, sinais de isquemia aguda e linfonodos com hiperplasia folicular reativa.

DISCUSSÃO

Pode ter diversas origens, entre elas, as mais comuns são a Doença de Hirschsprung e a Doença de Chagas, porém as sorologias foram negativas, então firmou-se o diagnóstico de megacólon de origem idiopática. Na maioria dos casos, o megacólon resulta em obstrução intestinal manifestando-se clinicamente por constipação intestinal de instalação lenta e progressiva, acompanhada de distensão abdominal. Suas complicações podem cursar com obstrução em alça fechada e ruptura colônica. O tratamento inicial da suboclusão, principalmente em casos não complicados, é clínico, composto por dieta rica em fibras, laxativos, esvaziamento manual e enteroclismas. Em alguns pacientes, entretanto, terapia laxativa é, em geral, uma estratégia a curto prazo. O tratamento cirúrgico está indicado nos casos com evolução prolongada cujas medidas clínicas não promoveram evacuação intestinal satisfatória.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

FAMENE - Paraíba - Brasil

Autores

FERNANDA LUCENA DA COSTA, ERIKA EMYLIA MIRANDA PACHECO, LARISSA VIEGAS DE ALMEIDA, CLARISSA MARIA DE LIMA SANTOS NASCIMENTO, ZALMIR REICHERT, AZIF DAVI LEMOS, RAYANE ARAUJO TORRES LEMOS, INGRID MATOS BEZERRA