Dados do Trabalho


TÍTULO

Abdomen agudo obstrutivo: Volvo gástrico

INTRODUÇÃO

O Volvo Gástrico (VG) define-se como uma rotação anômala do estômago superior a 180º, que condiciona uma oclusão intestinal alta. Pode ocorrer em qualquer idade, tendo maior incidência aos 50 anos e apresentar-se de uma forma aguda ou crônica. A forma aguda é menos frequente, podendo levar a isquemia gástrica, necrose e perfuração, neste relato de caso foi diagnosticado pela tomografia computadorizada de abdômen a fase aguda e confirmado durante endoscopia. Sendo o paciente posteriormente submetido ao tratamento cirúrgico.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 30 anos, com antecedente cirúrgico de hiatoplastia e fundoplicatura há 8 anos, com queixa de epigastralgia associado a náuseas e vômitos há 6 meses, houve importante agudização há 1 dia, sem melhora com analgesia simples. Durante exame fisíco foi evidenciando dor a palpação em epigástrio e flanco esquerdo, sem sinais de peritonite. Paciente não apresentou alterações nos exames laboratoriais, sendo então solicitado a tomografia de abdômen, que evidenciou importante distensão líquida da câmara gástrica, associado a aparente rotação do seu eixo organo-axial, envolvendo as estruturas da pequena curvatura gástrica. Como paciente apresentava-se hemodinamicamente estável e sem sinais de peritonite, optou-se pelo tratamento endoscópico com passagem de sonda nasogástrica, durante o exame identificou-se rotação completa do eixo gástrico e fundoplicatura migrada envolvendo a porção distal do estômago, além de várias ulcerações ativas e restos necróticos na mucosa do fundo e do corpo e estase gástrica importante sendo aspirado 1 litro de secreção gástrica. Posteriormente a paciente foi submetida a correção cirúrgica, onde confirmou-se volvo organo-axial gástrico e migração da válvula para porção distal do corpo gástrico. Foi desfeito o volvo gástrico seguido de gastropexia e ulcerorrafia de 2 lesões (sendo uma próximo da pequena curvatura e outra da grande curvatura), foi realizado teste de azul de metileno negativo. E paciente foi encaminhada para UTI, onde encontra-se até o momento, visto que a cirurgia foi realizada dia 10/2/2019.

DISCUSSÃO

Em 25% dos doentes a rotação gástrica é primária ou idiopática . Em 75 % dos doentes o VG está associado a um fator patológico (neste caso foi cirurgia gastresofágica prévia e bridas). A classificação mais frequentemente usada foi proposta por Singleton que descreve três tipos de VG. Neste caso foi o tipo 1 ou organo-axial que é a mais comum (59%). O VG é uma entidade rara, muitas vezes não reconhecida. Neste caso foi realizada apenas a gastropexia anterior associado a rafia das lesões, sem necessidade de gastrectomia devido a viabilidade do órgão.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Hospital Pitangueiras - São Paulo - Brasil

Autores

Marcos Aurélio De Biase Chalela, Patrícia Barbosa Da Silveira, Alexandre Pellizer, Eric Rassam, Murilo Molina Ferreira, Ana Flávia De Biase Chalela, Nyara Lysia Barbosa Mendonça, Antônio De Siqueira Campos Neto