Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DAS RECONSTRUÇOES MAMARIAS REALIZADAS EM UM HOSPITAL ONCOLOGICO DE REFERENCIA NO PERIODO DE 2007 A 2017

OBJETIVO

O câncer de mama constitui o tumor maligno mais frequente entre as mulheres globalmente. Com o objetivo de diminuir os estigmas causados pela doença e seu tratamento, a reconstrução mamária procura restabelecer a saúde funcional e psicossocial da mulher, sendo que a escolha do tipo de reconstrução depende de uma variedade de fatores. Diante disso, o presente estudo pretende investigar as características das pacientes pós-mastectomia submetidas à reconstrução de mama, tanto epidemiológicas, quanto tumorais, cirúrgicas e de seguimento; bem como comparar os dados obtidos entre pacientes submetidas à cirurgia de reconstrução mamária com implantes de silicone e pacientes submetidas à reconstrução autóloga.

MÉTODO

Trata-se de um estudo retrospectivo observacional conduzido através da análise de prontuários de pacientes de um hospital oncológico de referência em Curitiba (PR) submetidas à mamoplastia reconstrutiva. Foram coletados vários dados, entre eles antecedentes pessoais, tipo tumoral, perfilagem hormonal, investigações genéticas, dados referentes à mastectomia e à reconstrução, bem como dados de seguimento das pacientes. As informações obtidas foram analisadas através do Excel® e software estatístico online, com inferências calculadas através de teste Z para comparação de duas proporções.

RESULTADOS

Foram analisados 237 prontuários atendidos num período de 120 meses, entre os anos de 2007 e 2017. Desses, 216 cumpriram os critérios de inclusão e foram analisados. 157 mulheres (72,6% do total) foram submetidas à reconstrução imediata, sendo a maioria dessas com uso de expansor; enquanto as demais (27,3% do total) realizaram reconstrução tardia, principalmente com o uso do grande dorsal. Houve um aumento de 110% no número de reconstruções imediatas nos últimos 3 anos analisados. 39,8% realizaram simetrização da mama contralateral, 15,7% tiveram tal informação ignorada em prontuário e 14,8% não realizaram. A maioria das pacientes (56,5%) não apresentou nenhum tipo de complicação pós-operatória. Não houve significância estatística na comparação do número de complicações imediatas, bem como tardias, de acordo com o tipo de reconstrução. No entanto, mulheres tabagistas apresentaram um maior índice de complicações tardias em comparação a não tabagistas (p < 0,05). Em pacientes submetidas a radioterapia (16,6%) a realização da reconstrução posteriormente à mastectomia, foi significativamente maior que a de pacientes que não fizeram radioterapia (p = 0,002).

CONCLUSÕES

O crescimento das reconstruções imediatas não associado a um aumento das complicações demonstra a eficácia desta prática. Mulheres tabagistas apresentaram mais complicações que não-tabagistas. Algumas práticas, como a radioterapia, podem indicar a reconstrução tardia.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Hospital Erasto Gaertner - Paraná - Brasil

Autores

Viktoria Weihermann, Luísa Zanatelli Brasil Bastos, Thamyle Moda de Santana Rezende, Deisy Brigid de Zorzi Dalke, Catharina Iagla Borssuk Ferreira, Anne Karoline Groth, Maria Cecília Closs Ono