Dados do Trabalho


TÍTULO

REFINAMENTO DO TRISS POR ALTERAÇAO DO PADRAO ETARIO

OBJETIVO

Escores ou índices de trauma são algoritmos baseados em dados clínicos dos pacientes traumatizados com ampla aplicação na prática médica. A nível mundial, esse processo é orientado pelo Escore de Gravidade de Trauma e Lesão (TRISS), um índice misto introduzido em 1981, composto por um escore fisiológico e um anatômico. Nos últimos 38 anos desde a publicação deste estudo, o perfil demográfico mundial e brasileiro alterou-se significativamente, com aumento marcado da esperança de vida da população. Com isso indicadores de saúde e doença que envolvam fatores como idade podem ter se tornado descalibrados. Este trabalho busca estabelecer o corte de idade mais adequado para o TRISS atualmente, de forma a aumentar a capacidade de predição de mortalidade pelo escore.

MÉTODO

Foram coletados dados de 85 prontuários de pacientes vítimas de trauma contuso e penetrante, maiores de 18 anos, atendidos no Hospital do Trabalhador de Curitiba entre Janeiro de 2015 e Dezembro de 2016. A seguir, foi realizado o cálculo do TRISS convencional e do TRISS modificado, com alteração do valor da variável relacionada a idade de menor ou igual a 55 para menor ou igual a 60 anos de idade. Por fim, os valores obtidos foram submetidos à análise estatística. Para esses testes, valores de p<0,05 indicaram significância. Os dados foram analisados com o programa computacional IBM SPSS Statistics v.20.0. Armonk, NY: IBM Corp.

RESULTADOS

Dos 85 pacientes incluídos no estudo, 50 foram vítimas de trauma penetrante e 35 foram vítimas de trauma contuso. A distribuição etária dos pacientes no grupo vítima de trauma penetrante, em que apenas 2 indivíduos eram idosos e nenhum possuía idade maior ou igual a 55 e menor do que 60 anos quando do trauma, impossibilitou análise dos escores de trauma em relação a estes subgrupos, não permitindo comparação dos efeitos da alteração da idade de corte sobre as medidas de qualidade dos escores. Para o grupo de pacientes vítimas de trauma contuso, os testes realizados não demonstraram haver superioridade na discriminação de desfecho pela alteração da idade de corte de 55 para 60 anos no TRISS. Neste grupo, a variação de especificidade do TRISS pela alteração do valor de corte de idade não pode ser avaliada de maneira adequada, por ter havido apenas 1 sobrevivente entre os 10 pacientes maiores de 60 anos que compõem o sub-grupo. A alteração proposta da idade de corte para o TRISS não apresentou evidência significativa de melhora nas medidas de qualidade do teste para os subgrupos estudados.

CONCLUSÕES

Este resultado pode ser decorrente do número limitado de pacientes envolvidos no estudo, e do quadro grave que estes apresentavam como critério de inclusão.

Área

TRAUMA

Instituições

UFPR - Paraná - Brasil

Autores

TARICK ELEUTERIO SALIM ALI, EDUARDO CORVELLO TEIXEIRA, LUIZ CARLOS VON BAHTEN