Dados do Trabalho


TÍTULO

Rabdomiólise associada a Prostatectomia Radical Assistida por Robô – análise da experiência inicial no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)

OBJETIVO

A Prostatectomia Radical Assistida por Robô (PRAR) é uma técnica cada vez mais utilizada para o tratamento de câncer prostático. Em virtude de sua curva de aprendizado, realização de linfadenectomias estendidas, tempo operatório, posicionamento do paciente (Trendelemburg forçado) e a obesidade, podem ocorrer rabdomiólise e lesões associadas ao posicionamento. Assim, visamos a avaliar a incidência de rabdomiólise e de complicações relacionadas ao posicionamento em pacientes submetidos à PRAR no serviço de Urologia do HCPA.

MÉTODO

Foram analisados 63 pacientes com dosagem de creatinoquinase (CK) no pós-operatorio submetidos a PRAR na posição de Trendelemburg forçado e com uso de dispositivos de compressão pneumática e colchão piramidal no dorso do paciente. Os pacientes foram avaliados quanto ao desenvolvimento de RBD, insuficiência renal aguda (IRA) e lesões associadas ao posicionamento. O critério utilizado para rabdomiólise foi de CK > 5.000 UI/L. IRA foi definida como elevação de 1 mg/dl da creatinina basal por dois dias consecutivos, diagnóstico clínico ou necessidade de hemodiálise. Lesões de posicionamentos foram caracterizadas como queixas transitórias ou alterações definitivas relacionadas diretamente ao posicionamento. Estas variáveis foram associadas ao IMC, tempo operatório total e idade. O programa estatístico utilizado para análise foi o SPSS 20.0 e p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS

Os 63 pacientes com dosagem de CK no pós-operatório apresentaram idade média de 64,69 (± 5,92) anos e IMC médio de 26,35 (± 3,57). Dentre os casos avaliados, 10 pacientes apresentaram dosagem de CK no pós-operatório acima de 5000 UI/L; destes, 2 pacientes apresentaram critério para IRA e 1 deles necessitou hemodiálise. No grupo de pacientes com CK > 5000 UI/L, estes pacientes apresentaram média de IMC 29,24 (± 3,53) Kg/m2 e tempo cirúrgico médio de 368,7 (± 44,3) min. Dentre as variáveis relacionadas com elevação de CK no pós-operatório, obteve-se correlação estatisticamente significativas para IMC (r: 0,364 e p: 0,008). Para tempo cirúrgico a relação foi limítrofe (r: 0,253 e p: 0,068) e não foi significativa para idade. Quanto a lesões de posicionamento, 10 pacientes apresentaram queixas transitórias relacionadas ao posicionamento e um apresentou lesão permanente em membro inferior.

CONCLUSÕES

Foi possível concluir que rabdomiólise e alterações associadas ao posicionamento podem ocorrer em pacientes submetidos a PRAR em especial durante a experiência inicial do programa de cirurgia robótica. O IMC foi a variável diretamente associada a este desfecho.

Área

UROLOGIA

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

PIETRO WALTRICK BRUM, EDUARDO TOSETTO CACHOEIRA, GUILHERME ARAÚJO, PEDRO GLUSMAN KNIJNIK, ALINE CAMARGO NUNES, LUCAS MEDEIROS BURTTET, MILTON BERGER, BRASIL SILVA NETO