TÍTULO

ENDOMETRIOSE PROFUNDA, LESOES INTESTINAIS OBSTRUTIVAS. AVALIAÇAO DE PACIENTES OPERADAS EM GOIANIA, GO.

OBJETIVO

A endometriose profunda intestinal é uma das formas avançadas desta doença. São lesões que estão relacionadas a infertilidade, alteração do hábito intestinal, enterorragia, suboclusão intestinal até emergências cirúrgicas, principalmente durante o ciclo menstrual.
Avaliar a segurança da tática cirúrgica empregada, e associação entre ressecção completa das lesões intestinais concomitantes e retorno ao hábito intestinal normal.

MÉTODO

Foram realizadas análises de 52 pacientes submetidas a tratamento cirúrgico laparoscópico avançado para tratamento de múltiplas lesões entre novembro de 2017 e janeiro de 2018. Com avaliações clínicas e exames de imagem. População com idade entre 24 e 46 anos. Realizado colonoscopia em 100% dos casos para avaliar outras doenças concomitantes. Em 12 casos (27%) de reto e sigmóide, as pacientes realizavam extração com fleet enema ou manual de fezes, com constipação crônica associada, e piora acentuada do quadro nos ciclos menstruais. Em 4 (9,3%) a colonoscopia foi incompleta pela não progressão do aparelho e com dificuldade de progressão em 5 (11%) dos casos com lesão intestinal.

RESULTADOS

Tempo entre início dos sintomas e do diagnóstico variou entre 1 e 20 anos, média de 15 anos, 65% com mais de 10 anos. Foram encontradas 43 (82%) lesões intestinais. Em 12 casos (27%) de reto e sigmóide, as pacientes realizavam extração com fleet enema ou manual de fezes, com constipação crônica associada, e piora acentuada do quadro nos ciclos menstruais.
Todas lesões ressecadas foram submetidas a estudo histopatológico com confirmação de endometriose em 100% das ressecções. As cirurgias desses 12 casos, em média tiveram tempo cirúrgico elevado em mais de 2 horas (4,5 horas para 6,5 horas). A dificuldade técnica de liberar as porções distorcidas e as aderência pélvicas foram maiores labores cirúrgicos. Dessas metade já haviam sido operadas por mais de um médico.
As ressecções intestinais saltaram de uma média de 7 cm para 10-15 cm. Sendo 01 caso com liberação até colón transversso, 01 caso com lesões simultâneas de delgado e ceco.
Complicações maiores 01 caso apresentou hematoma pélvico volumoso drenado laparoscopicamente no 9 dia com reinternação; 02 fístulas colón retais com resolução cirúrgica, ambas no 7 dia de pós operatório. As reinternações aumentaram em média de 10 dias, 02 casos de fístulas colón retais para 15 dias e outro de 30 dias, estas 03 últimas fizeram uso de dieta parenteral e antibioticoterapia.
Todas 12 pacientes apresentaram melhora importante do hábito intestinal, ausência de dor ao evacuar, distensão abdominal, tenesmo ou necessidade de extração de fezes.

CONCLUSÕES

A cirurgia laparoscópica para ressecção das lesões profundas intestinais de endometriose é segura, com risco baixo de complicações, sendo a única forma de solução no tratamento de endometriose com a perda da arquitetura habitual intestinal e de sua função.