Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOCARCINOMA GASTRICO INTESTINAL EM PACIENTE JOVEM

INTRODUÇÃO

Os adenocarcinomas gástricos podem ser divididos em dois tipos, conforme classificação de Lauren: intestinal ou difuso. O primeiro encontra-se tipicamente no estômago distal, com ulcerações. As lesões do tipo intestinal são mais frequentes, diferenciadas, dependentes de fatores ambientais e associadas com a presença de lesões pré-cancerosas, como gastrite crônica, atrofia gástrica, metaplasia intestinal e displasia. O segundo promove um espessamento disseminado do estômago, especialmente na cárdia, e abriga células produtoras de mucina, acometendo com frequência indivíduos jovens. A diminuição dos carcinomas do tipo intestinal tem sido responsável pelo declínio do câncer gástrico observado em diversos países, visto que estão associados a fatores ambientais, os quais compreendem a dieta e a conservação de alimentos. Sendo assim, torna-se fundamental o acompanhamento da evolução deste tipo de carcinoma, visto que possibilita a avaliação indireta do efeito de fatores ambientais sobre a sua determinação.

RELATO DE CASO

Paciente J.R.P., 22 anos, masculino, negro, procura atendimento no Hospital Universitário de Canoas em 09/2018 devido a náusea e disfagia intensa. Relatava, também, dores em região epigástrica, com aumento progressivo de intensidade há 10 meses, negando relação da dor com a alimentação. Apresentava fadiga e fraqueza ao longo do dia. Paciente relatava acompanhamento no ambulatório de gastroenterologia devido à gastrite crônica. Ao exame físico, abdome levemente distendido e dor à palpação profunda em região epigástrica. Linfonodos mesentéricos não palpáveis. Sem visceromegalias. Foi realizada endoscopia digestiva alta seguida de biópsia da lesão, sugerindo adenocarcinoma gástrico. Além disso, confirmou-se a presença de gastrite crônica com metaplasia intestinal. A pesquisa de Helicobacter pylori foi negativa. O estudo anatomopatológico da amostra foi sugestivo de adenocarcinoma gástrico superficial, tipo papilar, restrito à mucosa, medindo 1,5cm. Ausência de metástase nos linfonodos. Como tratamento, foi realizada gastrectomia parcial do estômago distal sem ressecção dos linfonodos na porta hepatis e cabeça do pâncreas. Paciente segue em acompanhamento no serviço.

DISCUSSÃO

O câncer gástrico é um dos mais comuns do trato gastrintestinal, sendo o segundo em causa oncológica de morte no mundo, com a grande maioria dos casos sendo diagnosticados em fase tumoral avançada, visto que em estágios iniciais é, normalmente, assintomático, o que destaca sua relevância como estudo. Os sintomas tardios incluem dor epigástrica e saciedade precoce. Do ponto de vista epidemiológico, o tipo intestinal é mais frequente em homens idosos. Como tratamento, a ressecção cirúrgica é a única modalidade terapêutica que isoladamente fornece chance de cura. O tratamento com quimioterapia neoadjuvante e adjuvante está indicado em pacientes que se submetem a gastrectomia parcial e aumentam a sobrevida em 5 anos de até 36%.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

ULBRA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Pedro Henrique Cardoso Dall Agnol, Laetitia Moraes Trindade, Lucas Pastori Steffen, Júlia Tonietto Porto, Félix Kalicki Castilho, Juliana Zacher, Matheus Barbieri, Thiago Nuernberg de Moraes