TÍTULO

ADENOCARCINOMA ANORRETAL METASTATICO E DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA DE CROHN TÊM UM RISCO AUMENTADO DE DESENVOLVER CÂNCER COLORRETAL. A DOENÇA PERIANAL ATIVA PERSISTENTE, O LONGO TEMPO DE DURAÇÃO DA DOENÇA E A DISPLASIA SÃO FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER COLORRETAL. EMBORA OS TUMORES PAREÇAM NÃO SER MAIS AGRESSIVOS DO QUE AQUELES EM PACIENTES SEM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL, ELES SÃO MAIS PROPENSOS A SEREM DIAGNOSTICADOS EM UM ESTÁGIO AVANÇADO. A SOBREVIDA DESFAVORÁVEL É BEM ESTABELECIDA NA DOENÇA DE CROHN, MESMO O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER COLORRETAL SENDO ESTABELECIDO NO PRÉ-OPERATÓRIO.

RELATO DE CASO

PACIENTE MASCULINO, 35 ANOS, COM DIAGNÓSTIDO DE DOENÇA DE CROHN HÁ 20 ANOS, EM USO DE AZATIOPRINA E ADALIMUMAB. INICIOU QUADRO DE DISTENSÃO E DOR ABDOMINAL, ALÉM DE PARADA DE ELIMINAÇÃO DE GASES E FEZES. NOTOU APARECIMENTO DE ORIFÍCIO FISTULOSO EM PERÍNEO, ASSOCIADO A EDEMA, CALOR E DOR LOCAL. ENCAMINHADO AO PRONTO-SOCORRO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CASSIANO ANTONIO MORAES DEVIDO A DOENÇA DE CROHN PERINEAL GRAVE. REALIZADO TOMOGRAFIA DE ABDOME QUE EVIDENCIOU ÁREAS DE ESPESSAMENTO PERITONEAL (OMENTAL CAKE), RELACIONADO A CARCINOMATOSE PERITONEAL. MÚLTIPLOS NÓDULOS HEPÁTICOS HIPODENSOS DE PROVÁVEL NATUREZA SECUNDÁRIA. ESPESSAMENTO DAS PAREDES DO CÓLON SIGMÓIDE COM INDEFINIÇÃO DA TRANSIÇÃO DO MESMO COM A AMPOLA RETAL. PACIENTE SUBMETIDO A CIRURGIA DE URGÊNCIA – TRANSVERSOSTOMIA, CISTOSTOMIA, BIÓPSIA DE OMENTO, DE TUMORAÇÃO PÉLVICA E DE TUMOR PERINEAL, ALÉM DE DRENAGEM DE FÍSTULA PERINEAL. NO INTRA-OPERATÓRIO, FOI EVIDENCIADA A PRESENÇA DE "TUMORAÇÃO EM REGIÃO DE SIGMOIDE, BLOQUEANDO TODA A PELVE, COM MÚLTIPLOS IMPLANTES PERITONEAIS, IMPLANTES HEPÁTICOS, LESÃO PERINEAL COM TRAJETOS FISTULOSOS SE COMUNICANDO, SEM ABSCESSO, TOQUE RETAL COM TUMORAÇÃO CIRCUNCIDANTE EM RETO". INICIADO PROTOCOLO DE SEPSE DEVIDO GRAVIDADE DO QUADRO E INSTABILIDADE HEMODINÂMICA NO PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO. ANATOMO-PATOLÓGICO EVIDENCIOU NEOPLASIA MALIGNA DE GRANDES CÉLULAS, COM ELEVADO ÍNDICE MITÓTICO, AMPLAS ÁREAS DE NECROSE E EMBOLIZAÇÃO MACIÇA. IMUNO-HISTOQUIMICA COM POSITIVIDADE PARA CDXA EVIDENCIANDO ADENOCARCINOMA POUCO DIFERENCIADO METASTÁTICO. PACIENTE COM FALÊNCIA MÚLTIPLAS DE ÓRGÃOS, EVOLUIU PARA ÓBITO DEZ DIAS APÓS PROCEDIMENTO CIRÚRGICO.

DISCUSSÃO

A RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA DE CROHN E A PRESENÇA DE LESÕES MALIGNAS AINDA NÃO FOI BEM DEFINIDA; SABE-SE QUE ADENOCARCINOMAS DO CÓLON E RETO, EM PACIENTES COM DOENÇA DE CROHN, TENDEM A OCORRER EM ÁREAS AFETADAS PELA INFLAMAÇÃO E SÃO MAIS COMUMENTE ASSOCIADOS À COLITE. A DOENÇA DE CROHN ACOMETE O PERÍNEO E O RETO EM APROXIMADAMENTE UM TERÇO DOS PACIENTES; SENDO A SEPSE, FISTULA ANORRETAL E PERINEAL AS MANIFESTAÇÕES MAIS FREQUENTES NA APRESENTAÇÃO. PACIENTES QUE POSSUEM DOENÇA PERIANAL POSSUEM PIOR PROGNÓSTICO DO QUE AQUELES QUE NÃO TÊM. A DOENÇA PERIANAL ESTÁ ASSOCIADA A UMA HISTÓRIA NATURAL MAIS INCAPACITANTE. A AGRESSIVIDADE DOS TUMORES ASSOCIADOS À DOENÇA DE CROHN ESTÁ RELACIONADA COM SEU TIPO HISTOLÓGICO.

Área

COLOPROCTOLOGIA