TÍTULO

ENDOMETRIOSE PROFUNDA, LESOES DIAFRAGMATICAS ASSOCIADAS E CASO DE INFILTRAÇAO PERICARDICA. AVALIAÇAO DE 52 PACIENTES OPERADAS EM GOIANIA, GO.

OBJETIVO

A endometriose profunda diafragmática é uma das formas avançadas desta doença, rara com relatos de casos e resolução difícil. São lesões que estão relacionadas a dor irradiante para membros superiores, dorso e epigástrica durante o ciclo menstrual. Comumente achado cirúrgico.
Avaliar a segurança das táticas cirúrgicas empregadas, ressecções extensas e conservadoras do diafragma.

MÉTODO

Foram realizadas análises de 52 pacientes submetidas a tratamento cirúrgico laparoscópico avançado para tratamento de múltiplas lesões entre novembro de 2017 e janeiro de 2018. Com avaliações clínicas e exames de imagem. População com idade entre 24 e 46 anos, menarca entre 11-14 anos, 01 paciente com menarca aos 9 anos de idade. Nenhum achado de lesão diafragmática pré operatório, em todos casos o diagnóstico foi suspeitado por história clínica e visualizado via laparoscópica. A resolução da dor foi avaliada por escala qualitatita de 0 (pior dor) a 10 (ausência total de dor).

RESULTADOS

Tempo entre início dos sintomas e do diagnóstico variou entre 1 e 20 anos, média de 15 anos, 65% com mais de 10 anos. Todas lesões ressecadas foram submetidas a estudo histopatológico com confirmação de endometriose em 100% das ressecções. Encontramos 4 (7,6%) casos de lesões diafragmáticas, sendo que 3 casos (75%) foram lesões em diafragma direito. A lesão mais complexa encontrava-se no tendão diafragmático e infiltrava o pericárdio, sendo ressecada via laparoscópica, com manutenção da janela pericárdica aberta para evitar derrame pericárdico. A intercorrência anestésica foi programada pré abertura do pericárdio com infusão de atropina venosa, pois a abertura permitiu infusão de pneumoperitôneo no mediastino, levando a uma bradicardia sinusal. A resolução de uma dor epigástrica até então sem diagnóstico e com múltiplos exames de imagem e endoscopias prévias
As ressecções das lesões diafragmáticas a direita, foram selecionadas de acordo com aspecto de infiltração, tamanho das lesões e história de dor em andar superior do abdome ou membros superiores. Em uma única paciente, foram ressecadas 10 lesões ipslaterais.
Em todos casos foi posicionado dreno tubular n 18, com aspiração a vácuo contínuo, síntese de diafragma com fio 3,0, e retirado tubo via abdominal após síntese cavidade ao término das cirurgias, e expansão pulmonar plena, com estabilidade respiratória para proceder a extubação da paciente. Raio X de controle posterior sem necessidade de nenhuma reintervenção. Resultados para dor prévia foram 100 % resolutivos nas 4 mulheres.

CONCLUSÕES

A cirurgia avançada laparoscópica para ressecção das lesões profundas de endometriose é segura e eficaz na resolução de lesões raras de endometriose, em equipes treinadas e preparadas.