Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DOS PACIENTES COM ABSCESSO INTRACAVITARIO NO POS-OPERATORIO DE APENDICECTOMIA EM UM HOSPITAL REGIONAL DO DF

OBJETIVO

Analisar o perfil epidemiológico dos pacientes que evoluíram para abscesso no pós-operatório de apendicectomia, associando o tempo de evolução com maior incidência de complicação e seu manejo. Observando os principais sinais e sintomas no início do quadro de apendicite e relacionar dados do escore de Alvarado com a realização do exame de imagem

MÉTODO

Análise retrospectiva de 504 prontuários eletrônicos no Sistema Trakcare do Hospital Regional do Gama. Trata-se de um estudo retrospectivo.

RESULTADOS

Em relação à complicação avaliada nesse estudo, notamos que 23 pacientes (4,6%) apresentaram abscesso intracavitário no pós-operatório de apendicectomia, dos quais a maior parte do sexo masculino 14 (2,8%) e 9 (1,8%) do sexo feminino. A faixa etária mais prevalente foi entre 20-59 anos, 14 casos (2,8%), com a média de 30,4, seguido de adolescentes ≤ 19 anos com 8 dos casos (1,06%) e idosos ≥ 60 com apenas 1 caso (0,2%). Das fases da apendicite, dos 23 casos que evoluíram com abscesso, 20 (4,0%) era fase complicada e 3 (0,6%) era fase não complicada. Pode-se observar que a média de evolução da doença foi de 4,5 dias de dor antes da realização da apendicectomia.
Do manejo dos 23 pacientes, 10 necessitaram ser reabordados, sendo que 9 pacientes por apresentar exame de imagem com coleção maior do que 100ml e 1 paciente por apresentar exame físico com irritação peritoneal. Já 13 pacientes não precisaram ser reabordados, dos quais 2 apresentaram melhora clínica significativa e 11 apresentaram exame de imagem com coleção menor do que 60ml, sendo feito tratamento com antibioticoterapia.Pode-se observar que, dentre os sinais e sintomas avaliados no início do quadro (migração da dor, anorexia, náusea/vômito, defesa abdominal, dor à descompressão, febre, leucocitose e desvio à esquerda), não se apresentaram variações significativas entre o grupo que evoluiu com abscesso do grupo que não evoluiu. Sendo assim, os achados mais comuns em ambos foram náuseas/vômitos, dor à descompressão e leucocitose. Nesse estudo não encontramos achados com significância estatística que representem fator de risco para o desenvolvimento de abscesso.

CONCLUSÕES

Os principais sinais e sintomas observados no início do quadro de apendicite foram náuseas/vômitos, dor à descompressão e leucocitose. O perfil de maior incidência de pacientes que apresentaram abscesso intracavitário foi de homem, adulto jovem, fase complicada no achado cirúrgico, com tempo de evolução da dor prolongado e com escore de alvarado com média de 5,8. O tempo de evolução está diretamente relacionado com o risco de formação de abscesso.
A maior parte dos pacientes avaliados nesse serviço apresentaram alvarado com chance de intermediária à alta para apendicite, sendo assim, deve-se dar importância para um escore bem realizado e padronizado em um serviço com dificuldade para realizar exames de imagem. Além disso, é importante otimizar o diagnóstico para diminuir o tempo de evolução e evitar complicações como abscesso.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Hospital Regional do Gama - Distrito Federal - Brasil

Autores

Karoline Evangelista Souza, Daniella Silva Mena, Felipe Romério Marques Durães, Wilson Tomaz da Silva Júnior, Maria Gabriela Alves da Silva, Marcelle Rodrigues Carneiro de Souza Reis, Beatriz Montenegro Oliveira