Dados do Trabalho


TÍTULO

COLECISTECOMIA COM COLEDOCOTOMIA, EXPLORAÇÃO DE VIAS BILIARES E ANASTOMOSE COLÉDOCO-DUODENAL LATERO-LATERAL VIDEOLAPAROSCÓPICA.

INTRODUÇÃO

M.G.R.M, sexo feminino, 69 anos, admitida no Pronto Socorro de cirurgia do Hospital Regional do Paranoá (HRPA- Brasília, Distrito Federal) dia 15/10/2018 com dor abdominal difusa há 3 dias, associado a náuseas e um episódio de febre não aferida. Nega patologias prévias. Ictérica 3+/4+. Abdome plano, flácido, doloroso à palpação de hipocôndrio direito, sem massas e irritação peritoneal. Aumento de amilase (885 UI/L), bilirrubinas (total: 7,08mg/dL - direta:4,21 mg/dL e indireta: 2,87 mg/dL) e enzimas canaliculares (Fosfatase Alcalina: 718 U/l e GamaGT: 551 U/l).
USG: Vias biliares intra e extra-hepáticas dilatadas. Colédoco 13mm. Vesícula com parede discretamente espessada, distendida, com inúmeros cálculos.
Coledocolitíase pode apresentar sintomas que vão de cólica biliar à manifestação clínica de ictérico-obstrutiva. A febre, associada à dor no quadrante superior direito e icterícia, formam a tríade de Charcot, sugerindo colangite que é potencialmente grave. Outra complicação da impactação do cálculo no colédoco é a pancreatite aguda, decorrente da obstrução do ducto pancreático, levando a seus comemorativos de sinais e sintomas.

DESCRIÇÃO DO VÍDEO

Paciente sob anestesia geral. Incisão umbilical e diérese até aponeurose umbilical. Pneumoperitônio com agulha de Veress. Introdução de trocarte de 10mm. Múltiplas aderências com epíploo. Vesícula distendida, paredes espessadas, sem necrose, sem perfuração. Dissecado estruturas do triângulo de Calot; clipado artéria cística proximal; ducto cístico pouco dilatado e com cálculos. Cateterização do ducto cístico e colangiografia. Visto falhas de preenchimento, sugestiva de múltiplos cálculos em hepatocolédoco. Coledocotomia vertical e turbilhonamento com soro. Saída de múltiplos cálculos. Devido dilatação do colédoco, optado por derivação biliodigestiva com anastomose coledocoduodenal látero-lateral, sutura contínua com Polidioxanona. Colocado dois clipes proximais em ducto cístico e reforço com nó transfixante. Dissecado vesícula no sentido anterógrado. Colocado dreno de penrose próximo. Desfeito o pneumoperitônio, retirado trocateres e síntese de tecidos.

CONCLUSÃO

Colangite, pancreatite biliar ou fístula do coto do cístico são complicações decorrentes de cálculos no colédoco. Com o aumento experiência com cirurgia laparoscópica, este tipo de abordagem da árvore biliar tem se tornado mais prevalente. A derivação biliodigestiva tem emprego em tumores de via biliar que obstruem, como tentativa de alívio dos sintomas ictérico-obstrutivos. Há poucos relatos clínicos de anastomoses entre colédoco e duodeno via videolaparoscopia.
O procedimento cirúrgico apresentou sucesso, sem fatores complicadores como fístulas, deiscência da anastomose ou infecção. Evoluiu com queda progressiva de bilirrubinas e enzimas canaliculares. Recebeu alta no 8º dia pós operatório, em bom estado geral, anictérica (bilirrubina total: 0,55 mg/dL - direta: 0,09mg/dL e indireta: 0,46mg/dL). Retorno ambulatorial em 3 meses, sem queixas.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Escola Superior de Ciências da Saúde - Distrito Federal - Brasil

Autores

Leandro Martins Gontijo, Matheus Paiva de Souza, Stephanie da Silva Fernandes, Vimael Jefferson de Oliveira, Helena de Souza Malnati, Nimer Ratib Medrei, André Araújo de Medeiros Silva