Dados do Trabalho


TÍTULO

FEOCROMOCITOMA – REVISAO DE LITERATURA E RELATO DE UM CASO

INTRODUÇÃO

Os feocromocitomas são originários das células cromafins, cerca de 90% acometem a área medular da glândula suprarrenal. Considerados raros, com incidência estimada em 2 a 8 casos a cada milhão de pessoas, mais prevalente entre a terceira a quinta década de vida. A maioria são esporádicos, mas podem associar-se a síndromes, como as neoplasias endócrinas múltiplas do tipo 2 e Von-Hipel-Lindau. Em caso de hipertensão associado palpitação, cefaleia e sudorese, o diagnóstico é altamente sugestivo. O diagnóstico laboratorial ocorre pela dosagem de catecolaminas e seus metabólitos no plasma ou na urina. Exames de imagem devem ser realizados para definir a localização das lesões. O preparo pré-operatório consiste em controlar a pressão arterial, diminuir os paroxismos e corrigir eventual hipovolemia. O tratamento cirúrgico permanece como única medida definitiva.

RELATO DE CASO

Paciente M.T., masculino, 50 anos. Admitido com quadro de sudorese associado à cefaleia, palpitações e aumento da pressão arterial, iniciados há três anos, com piora há dois meses. Diagnosticado com diabetes e hipertensão arterial de difícil controle. Encaminhado serviço de cardiologia do Hospital Santa Casa de Belo Horizonte para propedêutica. Exames constataram elevação de adrenalina, noradrenalina e dopamina urinárias, proteinúria (++) e glicemia elevada. A ressonância nuclear magnética evidenciou “massa em topografia de glândula suprarrenal esquerda sugestiva de feocromocitoma”. Iniciado preparo pré-operatório com Prazosina até controle dos sintomas por 02 semanas. Realizado excisão da lesão por laparotomia exploradora. O pós-operatório transcorreu satisfatoriamente, sem necessidade de medicamentos anti-hipertensivos e hipoglicemiantes.

DISCUSSÃO

O feocromocitoma é considerado raro. Cerca de 25% a 40% dos pacientes possuem paroxismos hipertensivos, o paciente além dos paroxismos apresentava a tríade clássica dos sintomas, cefaleia, sudorese e palpitações. O diabetes de difícil controle é secundário ao aumento das catecolaminas, as quais diminuem a liberação de insulina, reduzindo a captação de glicose. Os tumores podem liberar esses hormônios de forma intermitente, logo a dosagem isolada geralmente não seja recomendada para o diagnóstico. Embora 90% dos feocromocitomas acometam a glândula suprarrenal, 5% podem ser extra-abdominais, requerendo exame de imagem para definir a conduta. Foi realizado a ressonância nuclear magnética do paciente, esta considerada como a mais sensível. O mapeamento de corpo inteiro com 131I-meta-iodo-benzil-guanidina (131I-MIBG) auxilia a diagnosticar as metástases. Não foi identificado outros tumores no paciente, sugerindo feocromocitoma esporádico. Requerem agilidade no diagnóstico, uma vez que 10% evoluem com metástase. Podem causar lesões no miocárdio, morte súbita secundária a arritmias, acidente vasculares cerebrais, entre outros. O tratamento definitivo consiste na excisão tumoral.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital Santa Casa de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Thacizo Augustho Eugenio Dourado Meira Machado, Guilherme Teixeira de Souza Castro, Andre Teixeira de Souza Castro, Marcelo Polastri Gomes Ferreira